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terça-feira, 29 de setembro de 2009

No mundo das charges

PLANTÃO DO VESTIBULANDO

Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...

No mundo das charges

Olá, pessoal! Gostaria de agradecer ao Jornal A Semana pela homenagem que recebi na sua última edição, na qual os leitores puderam conferir dois comentários que fiz como leitora na Revista Veja. Muito obrigada pelo carinho dos amigos!!!

Prosseguindo em nosso conteúdo de Linguagens, vamos aprender o que é a charge?

Charge é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar, por meio de uma caricatura, algum acontecimento atual com uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa (charger) e significa carga, ou seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Às vezes, a charge é confundida com cartoon (ou Cartum), palavra de origem inglesa, mas trata-se de situações diferentes. Ao contrário da charge, que sempre é uma crítica contundente, o Cartum retrata situações mais corriqueiras do dia-a-dia da sociedade. Mais do que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social na qual o artista expressa graficamente sua visão sobre determinadas situações. Não é necessário ser muito culto para entender uma charge, basta estar “antenado” no que acontece ao seu redor. Observem:

Com essa charge, torna-se claro que o objetivo maior é estabelecer uma crítica à nossa política. Percebam as relações de interesses calcadas em falsas parcerias e amizades, representadas, na charge, pela anterior presidência dos Estados Unidos e a atual do Brasil. Nota: a palavra “apoia” grafa-se atualmente sem acento, de acordo com as novas regras ortográficas. É isso. Espero ter ajudado ainda mais a vocês, amigos leitores! Até a próxima!

JULIANA BARRETO – PROFª DE LÍNGUA PORTUGUESA – Matéria publicada pelo Jornal A Semana, de Pirapora/MG, em 25/09/2009.

Modernismo

Chama-se genericamente modernismo (ou movimento moderno) o conjunto de movimentos culturais, escolas e estilos que permearam as artes e o design da primeira metade do século XX. Apesar de ser possível encontrar pontos de convergência entre os vários movimentos, eles em geral se diferenciam e até mesmo se antagonizam.

Encaixam-se nesta classificação a literatura, a arquitectura, design, pintura, escultura e a música modernas.

O movimento moderno baseou-se na ideia de que as formas "tradicionais" das artes plásticas, literatura, design, organização social e da vida cotidiana tornaram-se ultrapassadas, e que se fazia fundamental deixá-las de lado e criar no lugar uma nova cultura. Esta constatação apoiou a ideia de reexaminar cada aspecto da existência, do comércio à filosofia, com o objetivo de achar o que seriam as "marcas antigas" e substituí-las por novas formas, e possivelmente melhores, de se chegar ao "progresso". Em essência, o movimento moderno argumentava que as novas realidades do século XX eram permanentes e iminentes, e que as pessoas deveriam se adaptar a suas visões de mundo a fim de aceitar que o que era novo era também bom e belo.

Este período começa com a Semana de Arte Moderna de 1922. As principais características da literatura modernista são : nacionalismo, temas do cotidiano (urbanos) , linguagem com humor, liberdade no uso de palavras e textos diretos. Principais escritores modernistas : Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, Alcântara Machado e Manuel Bandeira.

A Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo no ano de 1922, de 11 a 18 de fevereiro, no Teatro Municipal.

Durante os sete dias de exposição, foram expostos quadros e apresentadas poesias, músicas e palestras sobre a modernidade.

A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. O adjetivo "novo" passou a ser marcado em todas estas manifestações que propunha algo no mínimo curioso e de interesse.

Participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Anita Malfatti, Menotti Del Pichia, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos entre outros.

O modernismo brasileiro foi um amplo movimento cultural que repercutiu fortemente sobre a cena artística e a sociedade brasileira na primeira metade do século XX, sobretudo no campo da literatura e das artes plásticas.

Comparado a outros movimentos modernistas, o brasileiro foi desencadeado tardiamente, na década de 1920. Este foi resultado, em grande parte, da assimilação de tendências culturais e artísticas lançadas pelas vanguardas europeias no período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial, tendo como exemplo do Cubismo e do Futurismo, refletindo, então, na procura da abolição de todas as regras anteriores e a procura da novidade e da velocidade. Contudo, pode-se dizer que a assimilação dessas ideias europeias deu-se de forma seletiva, rearranjando elementos artísticos de modo a ajustá-los às singularidades culturais brasileiras.

Didaticamente, divide-se o Modernismo em três fases: a primeira fase, mais radical e fortemente oposta a tudo que foi anterior, cheia de irreverência e escândalo; uma segunda mais amena, que formou grandes romancistas e poetas; e uma terceira, também chamada Pós-Modernismo por vários autores, que se opunha de certo modo a primeira e era por isso ridicularizada com o apelido de neoparnasianismo.

Primeira geração (1922-1930)

A Primeira Fase do Modernismo foi caracterizada pela tentativa de definir e marcar posições, sendo ela rica em manifestos e revistas de circulação efêmera.

Havia a busca pelo moderno, original e polêmico, com o nacionalismo em suas múltiplas facetas. A volta das origens, através da valorização do indígena e a língua falada pelo povo, também foram abordados. Contudo, o nacionalismo foi empregado de duas formas distintas: a crítica, alinhado a esquerda política através da denúncia da realidade, e a ufanista, exagerado e de extrema direita. Devido à necessidade de definições e de rompimento com todas as estruturas do passado foi a fase mais radical, assumindo um caráter anárquico e destruidor.

Segunda geração (1930-1945)

Estendendo-se de 1930 a 1945, a segunda fase foi rica na produção poética e, também, na prosa. O universo temático amplia-se com a preocupação dos artistas com o destino do Homem e no estar-no-mundo. Ao contrário da sua antecessora, foi construtiva.

Não sendo uma sucessão brusca, a poesia da geração de 22 e 30 foram contemporâneas. A maioria dos poetas de 30 absorveram experiências de 22, como a liberdade temática, o gosto da expressão atualizada ou inventiva, o verso livre e o antiacademicismo. Portanto, ela não precisou ser tão combativa quanto a de 22, devido ao encontramento de uma linguagem poética modernista já estruturada. Passara, então, a aprimorá-la, prosseguindo a tarefa de purificação de meios e formas direcionando e ampliando a temática da inquietação filosófica e religiosa, com Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade.

A prosa, por sua vez, alargava a sua área de interesse ao incluir preocupações novas de ordem política, social, econômica, humana e espiritual. A piada foi sucedida pela gravidade de espírito, a seriedade da alma, propósitos e meios. Essa geração foi grave, assumindo uma postura séria em relação ao mundo, cujas dores, considerava-se responsável. Também caraterizou o romance dessa época, o encontro do autor com seu povo, havendo uma busca do homem brasileiro em diversas regiões, tornando o regionalismo importante. A Bagaceira, de José Américo de Almeida, foi o primeiro romance nordestino.

Terceira geração (1945-1978)

Com a transformação do cenário sócio-político do Brasil, a literatura também transformou-se. O fim da Era Vargas, a ascensão e queda do Populismo, a Ditadura Militar, e o contexto da Guerra Fria, foram, portanto, de grande influência na Terceira Fase.

Na prosa, tanto no romance quanto no conto, houve a busca de uma literatura intimista, de sondagem psicológica e introspectiva, tendo como destaque Clarice Lispector. O regionalismo, ao mesmo tempo, ganha uma nova dimensão com a recriação dos costumes e da fala sertaneja com Guimarães Rosa, penetrando fundo na psicologia do jagunço do Brasil central. A pesquisa da linguagem foi um traço caraterísticos dos autores citados, sendo eles chamados de instrumentalistas.

A geração de 45 surge com poetas opositores das conquistas e inovações modernistas de 22. A nova proposta, inicialmente, é defendida pela revista Orfeu em 1947. Negando a liberdade formal, as ironias, as sátiras e outras características modernistas, os poetas de 45 buscaram uma poesia mais “equilibrada e séria”, tendo como modelos os Parnasianos e Simbolistas. No fim dos anos 40, surge um poeta singular, não estando filiado esteticamente a nenhuma tendência: João Cabral de Melo Neto.

Movimentos de Vanguarda

As transformações tecnológicas por que o mundo passou na virada do nosso século modificaram as maneiras de o homem perceber a realidade. O automóvel, o avião, o cinema deslocaram e aceleraram o olhar do homem moderno. Em meio a essas transformações surgem várias manifestações artísticas – impressionismo, Expressionismo, Futurismo, Cubismo, Dadaísmo, Surrealismo -, que ficariam conhecidas como “correntes de vanguarda” e que conjugadas, dariam origem ao Modernismo.

Futurismo

Surgiu por meio do Manifesto do Futurismo, pulicado em Paris, em 1909, assinado pelo italiano Filippo Tommaso Marinetti. Nesse documento, o primeiro de uma série (foram publicados pelo menos vinte manifestos) – Marinetti propunha:

  • o amor ao perigo, à verdade, à energia.
  • a abominação do passado: arqueologia, academicismo, nostalgia, sentimentalismo.
  • a exaltação da guerra, do militarismo, do patriotismo: “A guerra é a única higiene do mundo”.
  • a substituição da psicologia do homem (destruindo o eu na literatura) pela obsessão da matéria.
  • a incorporação de novos objetos como temas de poesia: locomotivas, automóveis, aviões, navios a vapor, fábricas, multidões de trabalhadores.
  • exaltação da bofetada e do soco: Não há beleza senão na luta”.

Dos manifestos que seguiram que envolveram pintura, música, escultura, moral, mulher e arte mecânica, entre outros assuntos, o mais importante foi o Manifesto Técnico da Literatura Futurista, datado de março de 1912, publicado em Milão, onde são apresentados minuciosamente os pçontos básicos de uma reforma radical:

  • a destruição da sintaxe, com os substantivos dispostos ao acaso.
  • o emprego do verbo no infinitivo, para que se adapte elasticamente ao substantivo e possa dar o sentido de continuidade e da intuição que nele se percebe.
  • abolição do adjetivo, para que o substantivo guarde sua “cor essencial”.
  • abolição do advérbio, “que dá à frase uma cansativa unidade de tom”.
  • supressão dos elementos de comparação: como, parecido com, assim como.
  • substituição dos sinais tradicionais de pontuação por signos matemáticos: X-:+=><>
  • abolição de todos os clichês.

O propósito de fazer do Futurismo o estilo de arte que expressasse o progresso, a vida mecanizada, acabou fazendo desse movimento um meio de divulgação do fascismo de Mussolini. Futurismo e fascismo tinham em comum: o desprezo pela democracia e pelo socialismo, o antifeminismo, o caráter antiburguês.

Cubismo

O ponto de partida do Cubismo foi a pintura de Pablo Picasso. O quadro Les Demoiselles d’Avignon, de 1907 propunha uma nova forma de apreensão do real. Por meio de formas geometrizadas, deformadas, Picasso procura captar o objeto em simultaneidade, isto é, de vários ângulos ao mesmo tempo.

Na literatura podem ser apontados os seguintes elementos do estilo cubista:

  • a obra de arte não deve ser uma representação objetiva da natureza, mas uma transformação dela, ao mesmo tempo objetiva e subjetiva.
  • a procura da verdade deve centralizar-se na realidade pensada, criada, e não na realidade aparente.
  • a ordem cronológica deve ser eliminada. As sensações e recordações vão e vêm do presente ao passado, embaralhando o tempo.
  • a valorização do humor, a fim de afugentar a monotonia da vida nas modernas sociedades industrializadas.
  • a supressão da lógica; preferência pelo pensamento-associação, que transita entre o consciente e o subconsciente.

A técnica dos cubistas é a da representação da realidade por meio de estruturas geométricas, desmontando os objetos para que, remontados pelo espectador, deixassem transparecer uma estrutura superior, essencial. Os cubistas afirmam que as coisas nunca aparecem como elas são, mas deformadas em todos os sentidos.

Dadaísmo

Surgido em Zurique, na Suíça, com o primeiro manifesto do romeno Tristan Tzara, lido em 1916, o Dadaísmo foi a mais radical das correntes de vanguarda.

O movimento nasceu no Cabaret Voltaire, ponto de encontro de artistas vindos de várias partes da Europa e que procuravam proteção contra a Primeira Guerra Mundial na neutralidade política da Suíça. Entre esses artistas estavam: Hans Arp, Marcel Jancso e Hugo Ball.

Para os dadaístas, a guerra evidenciava a crise de uma civilização cujos valores morais e espirituais já não tinham mais razão de serem preservados. Por isso, afirmavam o desejo de independência, de desconfiança para com a sociedade em geral: “Não reconhecemos nenhuma teoria. Basta de academias cubistas e futuristas: laboratórios de idéias formais”.

Numa prova dessa liberdade total, o próprio Tristan Tzara explica como surgiu o nome do movimento:

“Encontrei o nome por casualidade, inserindo uma espátula num tomo fechado do Petit Laorousse e lendo imediatamente, ao abri-lo, a primeira linha que me chamou a atenção: Dada.

Meu propósito foi criar apenas uma palavra expressiva que através de sua magia fechasse todas as portas à compreensão e não fosse apenas mais um –ISMO”.

“Dada” significa cavalo de balanço em francês, “sim” em romeno, preocupação em conduzir o carrinho do bebê em alemão, uma forma de chamar a mãe em italiano, e, em certas regiões da África, o rabo da vaca sagrada. A partir dessa plurissignificação, a obra dadaísta passa a ser improvisação, desordem, dúvida, oposição a qualquer tipo de equilíbrio.

Faziam parte das propostas dadaístas:

  • a denúncia das fraquezas por a Europa passava.
  • a recusa dos valores racionalistas da burguesia.
  • a desmistificação da arte: “a arte não é coisa séria”.
  • a negação da lógica, da linguagem, da arte e da ciência.
  • a abolição da memória, da arqueologia, dos profetas e do futuro.

    No último manifesto do movimento (ao todo foram sete), Tzara dá uma receita para fazer um poema dadaísta:

    Pegue um jornal.

    Pegue a tesoura.

    Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.

    Recorte o artigo.

    Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.

    Agite suavemente.

    Tire em seguida cada pedaço um após o outro.

    Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.

    O poema se parecerá com você.

    E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.

    Surrealismo

    O Surrealismo foi o último dos movimentos de vanguarda. Surgiu em 1924, em Paris, quando André Breton lançou o Manifesto do Surrealismo.

    O movimento nasceu de uma ruptura com o Dadaísmo. Enquanto os dadaístas insistiam na mera destruição, o niilismo e na autofagia, Breton e outros artistas como Louis Aragon e Salvador Dali achavam que a ação demolidora deveria somente uma das etapas do processo criativo. Queriam elaborar uma nova cultura, encontrar um caminho de acesso às zonas profundas do psiquismo no humano. Questionando a sociedade e a arte, eles se propunham destruí-la, para recria-la a partir de técnicas renovadoras.

    Os surrealistas procuravam fundir a imaginação, que dorme no inconsciente, com a razão. Juntar o maravilhoso do sonho, dos estados de alucinação e até de loucura do homem, com o maravilhoso e externo: a fantasia e a realidade unidas permitiram captar uma super-realidade.

    Eram propostas dos surrealistas:

    abolição da lógica. Recusavam o racionalismo absoluto que permite apenas captar os fatos relacionados unicamente com a nossa experiência.

    valorização do inconsciente. Apoiados na pesquisas de Sigmund Freud, que identifica zonas (o subconsciente e o inconsciente) muito importantes para a ação do ser humano, procuram a inspiração nos sonhos.

    atribuição de um caráter lúdico à arte. A poesia deixa de ser em entendida como canto ou como meio de comunicação de vivências, para se tornar ação mágica, mito, meio de conhecimento:

  • automatização da escrita. O texto deve ter como preocupação maior captar o funcionamento real do pensamento. Os pensamentos devem ser exprimidos caoticamente, tal como nos ocorrem, sem preocupação com o ordenamento lógico.
  • presença do humor negro. Com o propósito de fugir aos lugares-comuns, os surrealistas juntam muitas vezes uma palavra logicamente adequada a uma outra absurda, produzindo imagens insólitas, como: anjo torto, cadáver agradável, morte feliz, etc.
  • Estes foram os principais movimentos de vanguarda da Europa que influenciaram o Modernismo Brasileiro.

    Pré-Modernismo

    Pré-Modernismo O avanço científico e tecnológico no início do século XX traz novas perspectivas à humanidade. As invenções contribuem para um clima de conforto e praticidade. Afinal, o telefone, a lâmpada elétrica, o automóvel e o telégrafo começam a influenciar, definitivamente, a vida das pessoas. Além dessas, a arte mostrou um inovado meio de comunicação, diversão e entretenimento: o cinema. É em meio a tanto progresso que a 1ª Guerra Mundial eclode. Em meio a tantos acontecimentos, havia muito que se dizer, e por isso, a literatura é vasta nos primeiros anos do século XX. Logo, os estilos literários vão desde os poetas parnasianos e simbolistas (que ainda produziam) até os que se concentravam na política e nas peculiaridades de sua região. Chamamos de Pré-Modernismo a essa fase de transição literária entre as escolas anteriores e a ruptura dos novos escritores com as mesmas. O Pré-Modernismo não chega a ser considerado uma “escola literária”, pois não há um grupo de escritores que seguem a mesma linha temática ou os mesmos traços literários. Os principais escritores pré-modernistas são: Euclides da Cunha, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Graça Aranha e Augusto dos Anjos.

    Simbolismo

    O simbolismo foi um movimento que se desenvolveu nas artes plásticas, teatro e literatura. Surgiu na França, no final do século XIX, em oposição ao Naturalismo e ao Realismo.

    Características do Simbolismo - Ênfase em temas místicos, imaginários e subjetivos; - Caráter individualista - Desconsideração das questões sociais abordadas pelo Realismo e Naturalismo; - Estética marcada pela musicalidade (a poesia aproxima-se da música); - Produção de obras de arte baseadas na intuição, descartando a lógica e a razão - Utilização de recursos literários como, por exemplo, a aliteração (repetição de um fonema consonantal) e a assonância (repetição de fonemas vocálicos).

    Simbolismo no Brasil No Brasil, o simbolismo teve início no ano de 1893, com a publicação de duas obras de Cruz e Souza: Missal (prosa) e Broquéis (poesia). O movimento simbolista na literatura brasileira teve força até o movimento modernista do começo da década de 1920.
    Principais artistas simbolistas Literatura internacional: - Charles Baudelaire – autor da obra As flores do mal (1857) que é considerada um marco no simbolismo lliterário. - Arthur Rimbaud - Stéphane Mallarmé - Paul Verlaine Literatura brasileira: - Cruz e Souza - Alphonsus de Guimaraens
    O parnasianismo é uma escola literária ou um movimento literário essencialmente poético, contemporâneo do Realismo-Naturalismo. Um estilo de época que se desenvolveu na poesia a partir de 1850, na França.

    Características gerais

    • Preciosismo: focaliza-se o detalhe; cada objeto deve singularizar-se, daí as palavras raras e rimas ricas.
    • Objetividade e impessoalidade: O poeta apresenta o fato, a personagem, as coisas como são e acontecem na realidade, sem deformá-los pela sua maneira pessoal de ver, sentir e pensar. Esta posição combate o exagerado subjetivismo romântico.
    • Arte Pela Arte: A poesia vale por si mesma, não tem nenhum tipo de compromisso, e justifica por sua beleza. Faz referências ao prosaico, e o texto mostra interesse a coisas pertinentes a todos.
    • Estética/Culto à forma - Como os poemas não assumem nenhum tipo de compromisso, a estética é muito valorizada. O poeta parnasiano busca a perfeição formal a todo custo, e por vezes, se mostra incapaz para tal. Aspectos importantes para essa estética perfeita são:
    • Rimas Ricas: São evitadas palavras da mesma classe gramatical. Há uma ênfase das rimas do tipo ABAB para estrofes de quatro versos, porém também muito usada as rimas interpoladas.
    • Valorização dos Sonetos: É dada preferência para os sonetos, composição dividida em duas estrofes de quatro versos, e duas estrofes de três versos. Revelando, no entanto, a "chave" do texto no último verso.
    • Metrificação Rigorosa: O número de sílabas poéticas deve ser o mesmo em cada verso, preferencialmente com dez (decassílabos) ou doze sílabas(versos alexandrinos), os mais utilizados no período. Ou apresentar uma simetria constante, exemplo: primeiro verso de dez sílabas, segundo de seis sílabas, terceiro de dez sílabas, quarto com seis sílabas, etc.
    • Descritivismo: Grande parte da poesia parnasiana é baseada em objetos inertes, sempre optando pelos que exigem uma descrição bem detalhada como "A Estátua", "Vaso Chinês" e "Vaso Grego" de Alberto de Oliveira.
    • Temática Greco-Romana - A estética é muito valorizada no Parnasianismo, mas mesmo assim, o texto precisa de um conteúdo. A temática abordada pelos parnasianos recupera temas da Antiguidade Clássica, características de sua história e sua mitologia. É bem comum os textos descreverem deuses, heróis, fatos lendários, personagens marcados na história e até mesmo objetos.
    • Cavalgamento ou encadeamento sintático (enjambement) - Ocorre quando o verso termina quanto à métrica (pois chegou na décima sílaba), mas não terminou quanto à ideia, quanto ao conteúdo, que se encerra no verso de baixo. O verso depende do contexto para ser entendido. Tática para priorizar a métrica e o conjunto de rimas. Como exemplo, este verso de Olavo Bilac:
    Cheguei, chegaste. Vinhas fatigada
    e triste e triste e fatigado eu vinha.

    Naturalismo

    Naturalismo Alguns autores brasileiros, influenciados pela experiência de Zola, cultivaram o romance naturalista, que procurava demonstrar a validade de uma teoria científica acerca do comportamento humano. Como se a ficção e suas personagens fossem um laboratório de experiências científicas, os escritores naturalistas utilizavam conhecimentos de Biologia, da Psicologia e da Sociologia para explicar casos patológicos individuais, perdendo, muitas vezes, o todo da realidade brasileira.

    Por conta de seu Determinismo, o Naturalismo era muitas vezes estreito e reducionista para lidar com a complexidade dos comportamentos humanos, visto que o Determinismo presente nas obras literárias naturalistas pregava a supremacia do meio sobre os indivíduos. O ambiente, então, passava a ser decisivo para o caráter.

    Contudo, foi o Naturalismo que, pela primeira vez, pôs em primeiro plano o pobre, o excluído, o homossexual, o negro e os mulatos discriminados, o indivíduo vitimado por doenças físicas e mentais, além de retomar antigos temas, como o celibato, sob a ótica científica da época.

    No Brasil, o primeiro romance naturalista publicado foi "O mulato" (1881), de Aluísio Azevedo.

    O naturalismo acrescenta às características do Realismo extrema preocupação científica, materialismo, o resultado do meio ambiente físico e social e da hereditariedade (Determinismo). A temática do Naturalismo dá preferência aos aspectos mais cruentos e sórdidos da vida humana: o crime, as taras, a miséria, isso para retratar o anormal e o patológico. Assim, podemos dizer que o Naturalismo é um Realismo levado aos extremos.

    Realismo

    O Realismo surge em meio ao fracasso da Revolução Francesa e de seus ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. A sociedade se dividia entre a classe operária e a burguesia. Logo mais tarde, em 1848, os comunistas Marx e Engels publicam o Manifesto que faz apologias à classe operária.

    Uma realidade oposta ao que a sociedade tinha vivido até aquele momento surgia com o progresso tecnológico: o avanço da energia elétrica, as novas máquinas que facilitavam a vida, como o carro, por exemplo. As correntes filosóficas se destacam: o Positivismo, o Determinismo, o Evolucionismo e o Marxismo.

    Contudo, o pensamento filosófico que exerce mais influência no surgimento do Realismo é o Positivismo, o qual analisa a realidade através das observações e das constatações racionais.

    Dessa forma, a produção literária no Realismo surge com temas que norteiam os princípios do Positivismo. São características deste período: a reprodução da realidade observada; a objetividade no compromisso com a verdade (o autor é imparcial), personagens baseadas em indivíduos comuns (não há idealização da figura humana); as condições sociais e culturais das personagens são expostas; lei da causalidade (toda ação tem uma reação); linguagem de fácil entendimento; contemporaneidade (exposição do presente) e a preocupação em mostrar personagens nos aspectos reais, até mesmo de miséria (não há idealização da realidade).

    A literatura realista surge na França com a publicação de Madame Bovary de Gustave Flaubert, e no Brasil com Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis, em 1881.

    Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores realistas desejavam retratar o homem e a sociedade em sua totalidade. Não bastava mostrar a face sonhadora e idealizada da vida como fizeram os românticos; era preciso mostrar a face nunca antes revelada: a do cotidiano massacrante, do amor adúltero, da falsidade e do egoísmo humano, da impotência do homem comum diante dos poderosos.

    Uma característica comum ao Realismo é o seu forte poder de crítica, adotando uma objetividade que faltou ao romantismo. Grandes escritores realistas descrevem o que está errado de forma natural. Se um autor desejasse criticar a postura da Igreja católica, não escreveria um soneto anticristão, porém escreveria histórias que envolvessem-na de forma a inserir nessas histórias o que eles julgam ser a Igreja Católica e como as pessoas reagem a ela. Em lugar do egocentrismo romântico, verifica-se um enorme interesse de descrever, analisar e até em criticar a realidade. A visão subjetiva e parcial da realidade é substituída pela visão que procura ser objetiva, fiel, sem distorções. Dessa forma os realistas procuram apontar falhas talvez como modo de estimular a mudança das instituições e dos comportamentos humanos. Em lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações.

    Comparação com o Romantismo

    Realismo Romantismo
    Distanciamento do narrador Narrador em primeira pessoa
    Valoriza o que se é Valoriza o que se idealiza e sente
    Crítica direta Crítica indireta
    Objetividade Sentimentos à flor da pele
    Textos, às vezes, sem censura Textos geralmente respeitosos
    Imagens sem fantasias, reais Imagens fantasiadas, perfeitas
    Aversão ao Amor platônico Amores platônicos
    Mistura de épico e lírico nos textos Separação
    Cosmopolita Ufanista/Nacionalista

    Características:

    Veracidade: Despreza a imaginação romântica Contemporaneidade: descreve a realidade Retrato fiel das personagens: caráter, aspectos negativos da natureza humana Gosto pelos detalhes: Lentidão na narrativa Materialismo do amor: Mulher objeto de prazer/adultério Denúncia das injustiças sociais Determinismo e relação entre causa e efeito Linguagem próxima a realidade: simples, natural, clara e equilibrada.

    Romantismo

    Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou por grande parte do século XIX. Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo que marcou o período neoclássico e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.

    Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.

    O termo romântico refere-se, assim, ao movimento estético ou, em um sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objetivo.

    Foi através da poesia lírica que o romantismo ganhou formato na literatura dos séculos XVIII e XIX. Os poetas românticos usavam e abusavam das metáforas, palavras estrangeiras, frases diretas e comparações. Os principais temas abordados eram : amores platônicos, acontecimentos históricos nacionais, a morte e seus mistérios. As principais obras românticas são: Cantos e Inocência do poeta inglês William Blake, Os Sofrimentos do Jovem Werther e Fausto do alemão Goethe, Baladas Líricas do inglês William Wordsworth e diversas poesias de Lord Byron. Na França, destaca-se Os Miseráveis de Victor Hugo e Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas.

    Gerações românticas no Brasil

    O Romantismo pode ser classificado em três gerações no Brasil.

    Primeira – geração nacionalista: Exaltação da natureza, criação do herói na figura do índio, sentimentalismo e a religiosidade são algumas das características marcantes da chamada geração indianista. Principais autores: Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães e Araújo Porto Alegre.

    Segunda – geração do mal-do-século: Negativismo, desilusão, tédio e dúvida são características da segunda geração do romantismo. A fuga da realidade é um dos temas preferidos que se manifesta na exaltação da morte e nas virgens sonhadoras. Principais autores: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela.

    Terceira – geração condoeira: Caracterizada pela poesia social e libertária, reflete as lutas internas da segunda metade do reinado de D. Pedro II. Castro Alves foi seu principal representante.

    Arcadismo

    O arcadismo é uma escola literária surgida na Europa no século XVIII. O nome dessa escola é uma referência à Arcádia, região bucólica do Peloponeso, na Grécia, tida como ideal de inspiração poética. No Brasil, o movimento árcade toma forma a partir da segunda metade do século XVIII.

    A principal característica desta escola é a exaltação da natureza e de tudo que lhe diz respeito. É por isto que muitos poetas ligados ao arcadismo adotaram pseudônimos de pastores gregos ou latinos (pois o ideal de vida válido era o de uma vida bucólica).

    Características:

    • Idéias Iluministas
    • Laicismo
    • Liberalismo
    • Carpe Diem
    • Antropocentrismo
    • Fugere Urbem
    • Bucolismo (vida bucólica = vida campestre, no campo)
      • Obs: Apesar do Arcadismo pregar que a vida feliz é a vida no campo e idolatrar a vida campestre e a natureza, o campo ainda é um plano de fundo, apenas. A maioria dos autores não deixam sua vida na cidade pela vida no campo.
    • Rigor formal
    • Revalorização da cultura clássica
    • Aurea Mediocritas
    • Convencionismo amoroso
    • Idealização do Sexo
    • Objetivismo
    • Sátira Política
    • Linguagem Simples
    • Uso dos Versos decassílabos, sonetos e outras formas clássicas
    • Presos à estética e à forma

    Barroco

    Barroco

    O período Barroco, sucedeu o Renascimento, do final do século XVI ao final do século XVII, estendendo-se a todas as manifestações culturais e artísticas européias e latino-americanas.

    Iniciado pelo maneirismo e extinto no rococó, considerado um barroco exagerado e exuberante, e para alguns, a decadência do movimento.

    Em sua estética, o barroco revela a busca da novidade e da surpresa; o gosto pela dificuldade, pregando a ideia de que se nada é estável tudo deve ser decifrado; a tendência ao artifício e ao engenho; a noção de que no inacabado reside o ideal supremo de uma obra artística. A literatura barroca se caracteriza pelo uso da linguagem dramática expressa no exagero de figuras de linguagem, de hipérboles, metáforas, anacolutos e antíteses.

    Principais características

    • Tentativa de fundir duas características diferentes do pensamento europeu.
    • Culto exagerado da obra, sobrecarregando a poesia de figuras de linguagem (principalmente a antítese, o paradoxo e a gradação)
    • Dualismo:onde o poeta se sente dividido e confuso por causa do dualismo de idéias.
    • Culto do Contraste, conflito entre o bem e o mal, o Céu e Inferno, Deus e o Diabo, o material e o espiritual, o pecado e o perdão...
    • Pessimismo, que era acarretado pela confusão causada pelo dualismo.
    • Literatura moralista, já que era usada pelos padres jesuítas para pregar a fé e a religião.
    • Preocupação com a transitoriedade da vida: por ser curta a vida não permite que o homem a viva intensamente como seria seu desejo.
    • Presença de impressões sensoriais: usando seus sentidos o homem tenta captar todo o sentido da miséria humana ressaltando seus aspectos dolorosos e cruéis.
    • O barroco revela a busca da novidade e da surpresa , o gosto da dificuldade.
    • O barroco apesar de pautada em conflitos existenciais, reflete também as mudanças na sociedade da época.
    • O homem dividido entre o desejo de aproveitar a vida e o de garantir um lugar no céu.
    • Conflito existencial gerado pelo dilema do homem dividido entre o prazer pagão e a fé religiosa.
    • Antropocentrismo x Teocentrismo (homem X Deus, carne X espírito).
    • Detalhismo e rebuscamento- a extravagância e o exagero nos detalhes.
    • Contradição- é a arte do contraditório, onde é comum a idéia de opostos: bem X mal, pecado X perdão, homem X Deus.
    • Linguagem rebuscada e trabalhada ao extremo, usando muitos recursos estilísticos e figuras de linguagem e sintaxe, hipérboles, metáforas, antíteses e paradoxos, para melhor expressarem a comparação entre o prazer passageiro da vida e a vida eterna.
    • Regido por duas filosofias: Cultismo e Conceptismo.
    • Cultismo é o jogo de palavras, o uso culto da língua, predominando inversões sintáticas.
    • Conceptismo são os jogos de raciocínio e de retórica que visavam melhor explicar o conflito dos opostos.

    Quinhentismo

    O Quinhentismo corresponde ao estilo literário que abrange todas as manifestações literárias produzidas no Brasil à época de seu descobrimento, durante o século XVI. É um movimento paralelo ao Classicismo português e possui idéias relacionadas ao Renascimento, que vivia o seu auge na Europa. A literatura do Quinhentismo tem como tema central os próprios objetivos da expansão marítima: a conquista material, na forma da literatura informativa das Grandes Navegações, e a conquista espiritual, resultante da política portuguesa da Contra-Reforma e representada pela literatura jesuítica da Companhia de Jesus. O Quinhentismo, fase da literatura brasileira do século XVI, tem este nome pelo fato das manifestações literárias se iniciarem no ano de 1.500, época da colonização portuguesa no Brasil. A literatura brasileira, na verdade, ainda não tinha sua identidade, a qual foi sendo formada sob a influência da literatura portuguesa e européia em geral. Logo, não havia produção literária ligada diretamente ao povo brasileiro, mas sim obras no Brasil que davam significação aos europeus. No entanto, com o passar dos anos, as literaturas informativa e dos jesuítas foram dando lugar a denotações da visão dos artistas brasileiros. A carta de Pero Vaz de Caminha traz a referida dicotomia claramente expressa, pois valoriza as conquistas e aventuras marítimas (literatura informativa) ao mesmo tempo que a expansão do cristianismo (literatura jesuíta).

    domingo, 20 de setembro de 2009

    Deixa disso, camarada!!! – Parte II

    PLANTÃO DO VESTIBULANDO

    Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...

    Deixa disso, camarada!!! – Parte II

    Olá, pessoal! Voltemos ao assunto variedades linguísticas, objetivando trabalhar naquilo que será fundamental para uma boa prova do Novo Enem!!!

    Variedade é um conceito maior do que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Alguns escritores de sociolinguística usam o termo leto, aparentemente um processo de criação de palavras para termos específicos, são exemplos dessas variações:

    1) Dialetos, isto é, variações faladas por comunidades geograficamente definidas. Lembrete: idioma é um termo intermediário na distinção dialeto-linguagem e é usado para se referir ao sistema comunicativo estudado (que poderia ser chamado tanto de um dialeto ou uma linguagem) quando sua condição em relação a esta distinção é irrelevante (sendo, portanto, um sinônimo para linguagem num sentido mais geral);

    2) Socioletos, isto é, variações faladas por comunidades socialmente definidas;

    3) Linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da comunicação pública e da educação;

    4) Idioletos, ou seja, uma variação particular a uma certa pessoa;

    5) Registros, o vocabulário especializado e/ ou a gramática de certas atividades ou profissões;

    6) Etnoletos, para um grupo étnico; e

    7) Ecoletos, um idioleto adotado por uma casa.

    Alem disso, é importante observar que o processo de variação ocorre em todos os níveis de funcionamento da linguagem, sendo mais perceptível na pronúncia e no vocabulário. Esse fenômeno da variação se torna mais complexo porque os níveis não se apresentam de maneira estanque, eles se superpõem.

    1) Nível fonológico - por exemplo, o “L” final de sílaba é pronunciado como consoante pelos gaúchos, enquanto em quase todo o restante do Brasil é vocalizado, ou seja, pronunciado como um u; o “R” “caipira” e o “S” chiado do carioca são outros exemplos;

    2) Nível morfossintático - muitas vezes, por analogia, por exemplo, algumas pessoas conjugam verbos irregulares como se fossem regulares: "manteu" em vez de "manteve", "ansio" em vez de "anseio"; certos segmentos sociais não realizam a concordância entre sujeito e verbo, e isto ocorre com mais frequência se o sujeito está posposto ao verbo (“Fez medo os raios”, em vez de “Fizeram”). Há ainda variedade em termos de regência: "eu lhe vi" ao invés de "eu o vi", etc.;

    3) Nível vocabular - algumas palavras são empregadas em um sentido específico de acordo com a localidade. Exemplos: em Portugal diz-se "miúdo", ao passo que no Brasil usa-se “moleque", "garoto", "menino", "guri"; as gírias são, tipicamente, um processo de variação no nível vocabular. (Fontes: Wikipedia e Enem nota 100).

    É isso aí, pessoal! Espero que tenha contribuído não só para ensinar um pouco mais sobre o conteúdo da área de Linguagens, mas também para eliminar qualquer tipo de preconceito linguístico!!! Até a próxima...

    JULIANA BARRETO – PROFª DE LÍNGUA PORTUGUESA – Matéria publicada pelo Jornal A Semana, de Pirapora/MG, em 18/09/2009.

    Deixa disso, camarada!!!

    PLANTÃO DO VESTIBULANDO

    Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...

    Deixa disso, camarada!!!

    Pronominais

    Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro. (Oswald de Andrade)

    Olá, pessoal! Trouxe para vocês esse exemplo clássico da Literatura para exemplificar até que ponto considera-se erro de português ou uma forma de preconceito.

    Uma língua nunca é falada de maneira uniforme pelos seus usuários: ela está sujeita a muitas variações. O modo de falar uma língua varia: - de época para época: o português de nossos antepassados é diferente do que falamos hoje; - de região para região: o carioca, o baiano e o paulista falam de maneiras nitidamente distintas; - de grupo social para grupo social: pessoas que moram em bairros chamados nobres falam diferente dos que moram na periferia; - de situação para situação: cada uma das variantes pode ser falada com mais cuidado e vigilância (a fala formal) e de modo mais espontâneo (a fala informal).

    Além dessas, há outras variações, como, por exemplo, o modo de falar de grupos profissionais, a gíria própria de faixas etárias diferentes, etc. Diante de tantas variantes linguísticas, é inevitável perguntar qual delas é a correta. Entretanto não existe a mais correta em termos absolutos, mas sim, a mais adequada a cada contexto. Dessa maneira, fala bem aquele que se mostra capaz de escolher a variante adequada a cada situação e consegue o máximo de eficiência dentro da variante escolhida. Usar o português rígido, próprio da língua escrita formal, numa situação descontraída da comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, artificial. Por outro lado, é inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos, desrespeitosos. (Curso Anglo - adaptado)

    Dentro dessa mesma ideia de que “erros” como “a gente caminhamos” são, antes, inadequações em determinados contextos (como em uma Redação, por exemplo) do que erros de português propriamente ditos, percebemos como o preconceito se gera a partir de determinadas formas de falar, fazendo com que as pessoas falantes desse tipo de frase sintam-se excluídas e marginalizadas.

    O que o Novo Enem quer dos candidatos é que eles saibam escrever de acordo com a norma culta na prova de Redação, mas que saibam também reconhecer quais são e como funcionam as variantes linguísticas que os cercam, excluindo qualquer preconceito quanto aos diferentes modos de falar. Desse modo, deixa disso, camarada, e me dá um cigarro!!!

    Até a próxima!!!

    JULIANA BARRETO – PROFª DE LÍNGUA PORTUGUESA – Matéria publicada pelo Jornal A Semana, de Pirapora/MG, em 11/09/2009.

    sábado, 5 de setembro de 2009

    Teoria da Comunicação

    PLANTÃO DO VESTIBULANDO

    Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...

    Teoria da Comunicação

    Olá, pessoal! A fim de explorar os conteúdos que serão cobrados pela prova do Novo Enem, trago para vocês mais um pouco de teoria, desta vez, da comunicação. Vejam que serão mencionados alguns conceitos básicos os quais, na hora da prova, servem de apoio para a interpretação de qualquer tipo de texto. Vamos lá?

    LINGUAGEM: é todo sistema de sinais convencionais que nos permite realizar atos de comunicação. Pode ser verbal (cujos sinais são as palavras) e não-verbal (que utiliza outros sinais que não as palavras). LÍNGUA é a linguagem verbal utilizada por um grupo de indivíduos que constitui uma comunidade. FALA: é a realização concreta da língua, feita por um indivíduo da comunidade num determinado momento. As teorias de comunicação procuram esclarecer que esta é formada pela somatória: língua + linguagem, não esquecendo a fala, que é a maneira particular de se manifestar tudo isso. Assim, existem elementos que farão parte deste processo, os quais chamamos de elementos da comunicação. Eles irão ditar como a língua, a fala e a linguagem se manifestarão em cada tipo de texto, em cada situação específica.

    ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO:

    EMISSOR - emite, codifica a mensagem;

    RECEPTOR - recebe, decodifica a mensagem;

    MENSAGEM - conteúdo transmitido pelo emissor;

    CÓDIGO - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem;

    REFERENTE - contexto relacionado a emissor e receptor;

    CANAL - meio pelo qual circula a mensagem.

    Cada um destes elementos está ligado a uma respectiva função de linguagem: 1) FUNÇÃO EMOTIVA: centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor. 2) FUNÇÃO REFERENCIAL (ou denotativa): centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informações da realidade. Notícias de jornal e livros científicos. 3) FUNÇÃO APELATIVA: centraliza-se no receptor. Discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor. 4) FUNÇÃO FÁTICA: centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o receptor. Falas telefônicas, saudações e similares. 5) FUNÇÃO POÉTICA: centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos e valorizando as palavras. Obras literárias, letras de música. 6) FUNÇÃO METALINGUÍSTICA: centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, um texto que comenta outro texto. Dicionários, por exemplo.

    Dica: Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O importante é saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo.

    É isso aí, pessoal! Até a próxima!!!

    JULIANA BARRETO – PROFª DE LÍNGUA PORTUGUESA – Matéria publicada pelo Jornal A Semana, de Pirapora/MG, em 04/09/2009.