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terça-feira, 3 de novembro de 2009

Tipologias Textuais:

PLANTÃO DO VESTIBULANDO

Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...

Tipologias Textuais:

Olá, pessoal! Na semana anterior, vimos um pouco sobre a crônica. Nesta edição, aprenderemos, de uma forma mais generalizada, quais são as tipologias textuais básicas, a fim de poder identificá-las nas provas. Vamos lá?

Tipologia textual é a forma como um texto se apresenta. As tipologias existentes são basicamente: descrição, narração, dissertação, exposição, injunção, diálogo e entrevista.

Descrição: É um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade.

Narração: Modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar (há uma relação de anterioridade e posterioridade), envolvendo certos personagens. O tempo verbal predominante é o passado.

Dissertação ou Argumentação: Posicionamentos pessoais de ideias defendendo um certo ponto de vista. A característica básica da dissertação é o cunho reflexivo-teórico. Dissertar é debater, discutir, questionar, expressar ponto de vista, qualquer que seja. É polemizar, inclusive, com opiniões e com argumentos contrários aos nossos. É estabelecer relações de causa e consequência, é dar exemplos, é tirar conclusões, etc. Possui uma estrutura básica: 1) apresentação da tese (assunto); 2) argumentos (antítese); 3) conclusão (síntese). Utiliza verbos na 1ª e 3ª pessoas do presente do indicativo. É a modalidade mais exigida nos concursos em geral.

Exposição: Apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias; explica, avalia, reflete. Estrutura básica: 1) ideia principal; 2) desenvolvimento; 3) conclusão.

Injunção: Indica como realizar uma ação. É também utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza linguagem geralmente objetiva. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo (Faça, Procure, Veja, Entenda, Olhe, etc).

Diálogo: É uma conversação estabelecida entre duas ou mais pessoas, podendo conter marcas da linguagem oral, como pausas e retomadas.

Entrevista: é uma conversação entre duas ou mais pessoas na qual perguntas são feitas pelo entrevistador para obter informação do entrevistado.

Como vocês puderam perceber, meu foco aqui foi a chamada Dissertação, a qual tem sido cobrada nos processos seletivos de todo o Brasil. Mas, algumas dicas servem para a escrita de qualquer tipo textual: 1) Escrever de forma legível e correta; 2) Ter clareza nas palavras, evitando vocabulários não conhecidos; 3) Manter uma coesão entre as frases e uma coerência entre as ideias; 4) Escrever objetivamente, descartando o que for desnecessário; e 5) Jamais esquecer que o texto possui o objetivo de ser lido , assim, o sucesso do seu texto dependerá do esforço em satisfazer as necessidades do leitor.

É isso aí. Até a próxima!!!

JULIANA BARRETO – PROFª DE LÍNGUA PORTUGUESA – Matéria publicada pelo Jornal A Semana, de Pirapora/MG, em 30/10/2009.

A Crônica

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A Crônica

Olá, pessoal! Vamos aprender um pouco sobre o tipo textual chamado crônica? Crônica é um gênero literário produzido essencialmente para ser veiculado na imprensa. Além disso, o cronista se inspira nos acontecimentos diários e lhes dá um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como ficção, fantasia e criticismo. Vejamos a crônica abaixo: Conversinha Mineira* - Fernando Sabino

- É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo?

- Sei dizer não senhor: não tomo café.

- Você é dono do café, não sabe dizer?

- Ninguém tem reclamado dele não senhor.

- Então me dá café com leite, pão e manteiga.

- Café com leite só se for sem leite.

- Não tem leite?

- Hoje, não senhor.

- Por que hoje não?

- Porque hoje o leiteiro não veio.

- Quando é que ele vem?

- Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes não vem.

- Mas ali fora está escrito "Leiteria"!

- Ah, isso está, sim senhor.

- Quando é que tem leite?

- Quando o leiteiro vem.

- Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai indo a política aqui na sua cidade?

- Sei dizer não senhor: eu não sou daqui.

- E há quanto tempo o senhor mora aqui?

- Vai para uns quinze anos.

- Já dava para saber como vai indo a situação, não acha?

- Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem.

- E o Prefeito? Que tal o Prefeito daqui?

- O Prefeito? É tal e qual eles falam dele.

- Que é que falam dele?

- Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito.

- Você, certamente, já tem candidato.

- Quem, eu? Estou esperando as plataformas.

- Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa?

- Aonde, ali? Uê, gente: penduraram isso aí...

*Crônica extraída do livro A Mulher do Vizinho, de 1962. (Adaptado)

Vejam que, além do tom humorístico e da presença do linguajar mineiro, o cronista acrescentou um tom crítico e chama a atenção do leitor para a alienação das pessoas, principalmente quanto à política e à situação de sua sociedade. O autor trabalha com o microcosmo da leiteria, relacionando-o ao macrocosmo da cidade e quer evidenciar que o personagem, não sabendo o que se passa em seu próprio estabelecimento comercial, muito menos consegue absorver o que se passa na política da cidade. Ambos os ambientes não são percebidos por ele, daí a sua alienação. É isso aí, pessoal. Até a próxima!

JULIANA BARRETO – PROFª DE LÍNGUA PORTUGUESA – Matéria publicada pelo Jornal A Semana, de Pirapora/MG, em out/2009.

Novo Enem: Proposta de Redação comentada

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Novo Enem: Proposta de Redação comentada

Olá, pessoal. Todo o Brasil se surpreendeu com a divulgação da fraude ocorrida com a prova do Enem, a qual “vasou” e teve de ser adiada. Já disponível no site do Mec, a prova agora serve como modelo fidedigno do que se deve estudar para o processo seletivo. Desta forma, analisaremos sua proposta de Redação, a qual inicia-se assim:

Com base na leitura dos seguintes textos e nos conhecimentos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa sobre o tema Valorização do idoso, apresentando experiência ou proposta de ação social, que respeite os direitos humanos. Selecione, Organize e Relacione, de forma coerente e coesa, Argumentos e Fatos para defesa de seu ponto de vista.

Observem que não se pede a 1ª nem a 3ª pessoa. Quando isso acontecer, optem pela 3ª. Além disso, o tema em questão, já bastante discutido em vestibulares anteriores no Brasil inteiro e em outras provas do Enem, incentiva o estudante a uma reflexão. O tema se encaixa dentro dos direitos humanos, mas está especificamente focado nos idosos. Separei 2 dos textos apresentados pela prova que servem como base para o aluno.

Texto 1: Estatuto do idoso

Art. 3º. É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade,a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. (...)

Art. 4º. Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.

Com uma linguagem objetiva, o estatuto do idoso trata a questão com o olhar crítico da lei. Se o aluno se predispusesse a considerar esse texto como base de sua Redação, estaria seguro na argumentação do tema. Uma questão crítica a ser abordada sobre isso seria questionar se o estatuto é completo, abrangente a todos os problemas vividos pelos idosos e se é efetivo na segurança e bem-estar dos mesmos.

Texto 2: O aumento da proporção de idosos na população é um fenômeno mundial tão profundo que muitos chamam de “revolução demográfica”. No último meio século, a expectativa de vida aumentou em cerca de 20 anos. Se considerarmos os últimos dois séculos, ela quase dobrou. E, de acordo com algumas pesquisas, esse processo pode estar longe do fim.

Abordando uma questão demográfica, esse texto faz o aluno inferir conhecimentos da Geografia e utilizá-los ao longo da Redação. Se o aluno dominasse o assunto, poderia apresentar sintética e rapidamente alguns estágios do crescimento demográfico mundial. Além disso, não se pode esquecer da questão da melhora da saúde que está implícita no crescimento da população idosa, pois, se as pessoas estão vivendo mais tempo é porque estão vivendo melhor, com condições mais favoráveis de saúde.

Depois de analisados os textos, é só argumentar em até 30 linhas! É isso aí!!!

JULIANA BARRETO – PROFª DE LÍNGUA PORTUGUESA – Matéria publicada pelo Jornal A Semana, de Pirapora/MG, em out/2009.

Preparando-se para a prova do Novo Enem

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Preparando-se para a prova do Novo Enem

Olá, pessoal!!! Estamos bem próximos da prova do Novo Enem, portanto, a fim de preparar vocês um pouco mais para o conteúdo de Linguagens, trouxe a análise de uma das questões que serviram como modelo para a prova, e que se encontra disponível no site do Mec. Antes disso, relembremos alguns conceitos:

Um cartoon ou Cartum é um desenho humorístico acompanhado ou não de legenda, de caráter extremamente crítico retratando de uma forma bastante sintetizada algo que envolve o dia-a-dia de uma sociedade. O termo é de origem britânica, e foi pela primeira vez utilizado neste contexto na década de 1840. O significado original da palavra cartoon é "estudo", ou "esboço", e é muito utilizada nas artes plásticas.

A tira, também conhecida como tira diária, é uma sequência de imagens. O termo é atualmente mais usado para definir as tiras curtas publicadas em jornais, mas historicamente, o termo foi designado para definir qualquer espécie de tira, não havendo limite máximo de quadros, sendo o mínimo de dois. Isso a difere do Cartum. Observem a tirinha abaixo:

Na questão 9 do modelo apresentado pelo Mec, pergunta-se:

O personagem Chico Bento pode ser considerado um típico habitante da zona rural, comumente chamado de “roceiro” ou “caipira”. Considerando a sua fala, essa tipicidade é confirmada primordialmente pela:

(A) transcrição da fala característica de áreas rurais.

(B) redução do nome “José” para “Zé”, comum nas comunidades rurais.

(C) emprego de elementos que caracterizam sua linguagem como coloquial.

(D) escolha de palavras ligadas ao meio rural, incomuns nos meios urbanos.

(E) utilização da palavra “coisa”, pouco frequente nas zonas mais urbanizadas.

De acordo com o site do Mec, a resposta correta é A, atendendo à habilidade 25 da matriz de referência do Novo Enem – Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro. Observem que as alternativas B, D e E são muito restritas, não englobam tudo o que o enunciado está pedindo do candidato. Já a letra C é generalizada até demais, porque fala do coloquialismo, não restringindo ao que o texto propõe: a linguagem rural. É isso aí. Até a próxima!!!

JULIANA BARRETO – PROFª DE LÍNGUA PORTUGUESA – Matéria publicada pelo Jornal A Semana, de Pirapora/MG, em out 2009.