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segunda-feira, 13 de junho de 2011

A problemática do Erro de Português – Parte I: A visão da Gramática Normativa

PLANTÃO DO VESTIBULANDO


Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...



A problemática do Erro de Português – Parte I:

A visão da Gramática Normativa



Olá, pessoal. Após a polêmica causada pela discussão do que seria o erro de Português, resolvi comentar sobre o assunto, através de várias perspectivas, ajudando-os a aumentarem seu senso crítico e ter uma visão mais abrangente sobre isso. O Programa Nacional do Livro Didático, do Ministério da Educação (MEC), distribuiu a estudantes jovens e adultos do ensino fundamental e médio uma publicação que faz uma defesa do uso da língua popular, ainda que com incorreções. Para os autores do livro, deve ser alterado o conceito de se falar certo ou errado para o que é adequado ou inadequado. Exemplo: "Posso falar 'os livro'?' Claro que pode, mas, dependendo da situação, a pessoa pode ser vítima de preconceito linguístico" - diz um dos trechos da obra "Por uma vida melhor", da coleção "Viver, aprender". (Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/).

Contudo, de acordo com a Gramática Normativa, ou seja, aquela a que devemos seguir quando escrevemos, têm-se, muito firmes, os conceitos de certo e errado. Vejam:

* Correto: é todo uso linguístico que segue as normas da língua-padrão;

* Errado: é todo uso linguístico que não segue as normas impostas pela gramática.

Vejam alguns exemplos (de erros) trazidos pelo site da infoescola.

1. Erros de grafia: Comprei três quilos de mortandela. (certo: mortadela).

2. Erros de impropriedade vocabular: As lâmpadas florescentes são mais econômicas. (certo: fluorescentes).

3. Erros de acentuação gráfica – Comprei na loja de conveniência vários ítens. (certo: itens – sem acento) * Por desconhecimento da posição correta da sílaba tônica. Exemplo: As rúbricas dos documentos eram falsas. (certo: rubrica – paroxítona).

4. Erros no emprego da crase – ocorrem por dois motivos: * Omitindo-se o acento em situações em que ocorre a crase. Exemplo: O Projeto Mesa Brasil está promovendo uma campanha de ajuda as crianças vítimas da seca. (ajuda a quem? Às crianças vítimas da seca) * Colocando o acento onde não ocorreu a crase. Exemplo: Enviamos à V. Sª. o resultado das avaliações. (Vossa não admite artigo antes, portanto, o correto: “a V. Sª.).

5. Erros de emprego dos pronomes: uso de um pronome com função de sujeito no lugar de um pronome com função de objeto e vice-versa. Comprei este lindo relógio para mim usar no casamento. (correto: para eu usar)/ Comprei este lindo relógio para eu. (correto: para mim).

6. Erros de emprego de verbos –A polícia militar não interviu a tempo de evitar o assassinato. (verbo intervir – composto: inter / vir – passado de vir, ele veio. Então o passado de intervir é interveio).

7. Erros de regência verbal. As crianças assistiam o desenho na televisão. (Assistir, no sentido de ver, presenciar, pede preposição “a”. O correto: “assistiam ao desenho”).

8. Erros de colocação pronominal. Exemplo: Enviaremos até a próxima semana os pedidos que encomendaram-nos. (certo: que nos encomendaram) Fonte: infoescola.com.

É isso, pessoal. Na próxima, veremos uma outra visão sobre o conceito de certo e errado. Até lá.

*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto


Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

Contato: ahhfalaserio@hotmail.com

Ainda sobre as novas regras ortográficas

PLANTÃO DO VESTIBULANDO


Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...





Ainda sobre as novas regras ortográficas





Olá, pessoal. O texto abaixo foi escrito por Marcelo Coelho em um blog na internet, a respeito do comentário feito por um fotógrafo, o Mario Rui Feliciani. E a polêmica trazida por ele merece a atenção de vocês. Vamos lá?

Para parar com o para, por Marcelo Coelho

O fotógrafo Mario Rui Feliciani busca adeptos para uma causa que apoio totalmente. Ele acha que não se pode abolir o acento diferencial na palavra "pára", do verbo parar. (...) Segue o texto completo de seu manifesto.

“O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990) eliminou o acento agudo do verbo “parar” na terceira pessoa do singular, do presente do indicativo; e na segunda pessoa do singular, do imperativo afirmativo. Pedimos a revisão da reforma e a manutenção desse acento diferencial, pois sua eliminação já está trazendo graves consequências para a língua. As duas formas verbais “pára” e a preposição “para” são palavras de uso muito corrente e, se de idênticas as grafias, serão frequentes as interpretações dúbias, tais como no exemplo abaixo, extraído de noticiário: “Acidente em túnel para o Rio de Janeiro”. Nesse exemplo, ausente a diferenciação do acento, é impossível para o leitor saber se houve um acidente grave que prejudicou todo o trânsito da cidade ou se apenas ocorreu um acidente normal em um túnel que serve de acesso à cidade. A se manter dubiedade tão flagrante, serão duas as implicações, igualmente desastrosas: as más interpretações, como descrito acima; e a escravização dos escritores mais cuidadosos, que sacrificarão o estilo de suas frases, alterando-as para evitar o mal-entendido. Além disso, é notório que a forma verbal acentuada condiz com a ênfase que o povo brasileiro empresta à ordem de parar, seja ela ríspida ou carinhosa. O brasileiro diz “pára!”. Usa, coloquialmente e com força, a segunda pessoa do singular do imperativo do verbo “parar”, mesmo nas frases construídas com o pronome de tratamento “você”. Esse uso, inexato do ponto de vista gramatical mais rigoroso, já se consolidou como forma afetuosa de nossa comunicação. Os pais ralham com carinho diante das travessuras de seus filhos com um “pára” enfático(...) Entendemos, em resumo, que as regras gramaticais generalizadoras não devem ser usadas com rigor, quando isso implica prejuízos de clareza e exatidão; ou quando desrespeita traços culturais acumulados durante muitos anos de uso da língua por todo o povo, seu verdadeiro dono.” (Mario Rui Feliciani). Por tudo o que se disse, pleiteamos a revisão da reforma gramatical e a manutenção do acento diferencial nas formas citadas do verbo parar. (Fonte: Marcelo Coelho, Internet).

Essa é uma das minhas revoltas contra essa mudança. Não à mudança em si, mas à forma como ela foi feita. Eliminam-se acentos em apenas alguns casos, eliminam-se hífens em apenas alguns casos... E isso só veio atrapalhar e causar mais transtorno às aulas de gramática (as quais já eram e continuam sendo cansativas). Explicar aos alunos por que "quente" se pronuncia diferente de "eloquente" será um caos nas primeiras fases do ensino fundamental. Da mesma forma, será extremamente difícil fazer os alunos entenderem (mesmo porque nem eu entendo) por que "pé de moleque" não tem mais hífen, e "arco-da-velha" permanece com hífen. E por que "para", palavra que tanto pode causar ambiguidade, perdeu o acento diferencial e em "pôr" permanece.

Assim, fica difícil desfazer da ideia de que o Português é difícil... Até a próxima!

*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto


Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

Contato: ahhfalaserio@hotmail.com

Reflexão sobre Bem e Mal nas novas regras ortográficas

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Reflexão sobre Bem e Mal nas novas regras ortográficas





Olá, pessoal. Em conversas com alguns alunos, chegamos à conclusão de como ainda existe resistência quanto às novas regras ortográficas. Resistência e contradição, uma vez que os próprios gramáticos divergem entre si. Por exemplo, vocês saberiam dizer como ficou a regra do emprego de "bem" e de "mal" depois do acordo ortográfico?

Na verdade, já encontrei, em diferentes sites e dicionários, respostas opostas. Enquanto uns dizem que Bem não segue a mesma regra de Mal, outros dizem que sim.

No site Português na Rede, verifica-se a seguinte análise: "Bem" se agrega com hífen à palavra com que forma uma unidade semântica (adjetivo ou substantivo composto): bem-aventurado, bem-criado, bem-humorado, bem-educado, bem-nascido, bem-sucedido, bem-vindo, bem-visto (estimado). Mudança só houve no caso de "benfeito", "benquerer" e "benquerido", que agora são grafadas sem hífen e com "n". Outras palavras com "bem" que já eram grafadas sem hífen, e continuam sendo, são: benfazejo, benfeitor, benquerença, benquerente, benquisto. O caso de "mal" é parecido: se agrega com hífen a palavras iniciadas por vogal, "h" ou "l" quando forma com elas uma unidade semântica (adjetivo ou substantivo composto): mal-afortunado, mal-educado, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo. Às demais letras, quando forma uma unidade semântica, "mal" se une diretamente: malcolocado, malcriado, malgrado, malnascido, malpago, malpesado, malsoante, malvisto, malsinalizado.

O problema da regra de "bem" e de "mal" é que nem sempre eles formam com a palavra seguinte uma unidade semântica. Por exemplo, em "Ela foi bem educada pelos pais", não há hífen porque "bem" não forma com a palavra seguinte uma unidade semântica. O que temos é um advérbio (bem) modificando um verbo/particípio (educada). Por isso, o segredo para saber quando "bem" e "mal" se agregam com ou sem hífen à palavra seguinte é reconhecer uma unidade semântica, ou seja, um adjetivo ou substantivo composto. Isso não é difícil. Basta ficar atento às "pistas". Compare:

1) É uma criança bem-educada (unidade semântica, adjetivo composto).

2) Ela foi bem educada pelos pais (não é uma unidade semântica).

3) Pedro é malvisto pelos colegas (unidade semântica, adjetivo composto).

4) O lance foi mal visto pelo árbitro da partida (não é uma unidade semântica).

5) É muito ruim fazer serviços malremunerados (unidade semântica, adjetivo composto).

6) Ele é mal remunerado pela empresa (não é uma unidade semântica).

(Fonte: http://www.portuguesnarede.com/2009/04/ortografia-do-acordo-o-hifen-de-bem-e.html)

Essas são as "pistas" que o site traz. Mas, na verdade, é necessário ter bastante atenção e lembrar que as regras estão aparecendo de formas contraditórias em sites e dicionários. É preciso, portanto, estudar as interpretações diversas das novas regras e entender que até dezembro de 2012, muita coisa pode vir por aí. O professor Pasquale Cipro Neto, por exemplo, diz que a questão dos hífens nas novas regras ainda é algo polêmico e malresolvido. Não ficaria melhor: mal resolvido? Enfim, o importante é o pensamento crítico que se cria a partir disso tudo.

Até a próxima!



*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto


Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

Contato: ahhfalaserio@hotmail.com

O professor está sempre errado...

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O professor está sempre errado...



Olá, pessoal. Achei este texto bastante interessante e resolvi trazê-lo a vocês. Ele proporciona uma reflexão sobre a polêmica da educação de hoje. Espero que gostem e que reflitam sobre isso!



O professor está sempre errado...

(Jô Soares)

O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!

É jovem, não tem experiência.

É velho, está superado.

Não tem automóvel, é um pobre coitado.

Tem automóvel, chora de "barriga cheia'.

Fala em voz alta, vive gritando.

Fala em tom normal, ninguém escuta.

Não falta ao colégio, é um 'caxias'.

Precisa faltar, é um 'turista'.

Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.

Não conversa, é um desligado.

Dá muita matéria, não tem dó do aluno.

Dá pouca matéria, não prepara os alunos.

Brinca com a turma, é metido a engraçado.

Não brinca com a turma, é um chato.

Chama a atenção, é um grosso.

Não chama a atenção, não sabe se impor.

A prova é longa, não dá tempo.

A prova é curta, tira as chances do aluno.

Escreve muito, não explica.

Explica muito, o caderno não tem nada.

Fala corretamente, ninguém entende.

Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.

Exige, é rude.

Elogia, é debochado.

O aluno é reprovado, é perseguição.

O aluno é aprovado, deu 'mole'.

É, o professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!



É. Esse assunto é mesmo muito polêmico. Entender como funciona a educação hoje em dia é difícil. Ainda mais é saber como se posicionar dentro de uma sala de aula. É um desafio, é verdade! Mas é exatamente isso que torna ainda mais brilhante o ato de educar. Até a próxima!



*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto


Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

Contato: ahhfalaserio@hotmail.com

Uma crítica sobre a tecnologia dos nossos dias

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Uma crítica sobre a tecnologia dos nossos dias



Olá, pessoal. Navegando na internet, recebi um e-mail com um texto muito interessante o qual vem questionar e criticar como temos agido frente a mudanças tão rápidas e frequentes no nosso dia a dia, devido à tecnologia. De forma incrível, deparei-me com inúmeras ações que tenho. Creio que vocês também irão identificar-se com várias coisas. Espero que gostem. Vamos lá?



VOCÊ SABE QUE ESTÁ FICANDO LOUCO NO SÉCULO XXI QUANDO:



1. Você envia e-mail ou MSN para conversar com a pessoa que trabalha na mesa ao lado da sua;

2. Você usa o celular na garagem de casa para pedir a alguém que o ajude a desembarcar as compras;

3. Esquecendo seu celular em casa (coisa que você não tinha há 10 anos), você fica apavorado e volta para buscá-lo;

4. Você levanta pela manhã e quase que liga o computador antes de tomar o café;

5. Você conhece o significado de naum, tbm, qdo, xau, msm, dps, Cc, Cco,…;

6. Você não sabe o preço de um envelope comum;

7. A maioria das piadas que você conhece, você recebeu por e-mail (e ainda por cima ri sozinho…);

8. Você fala o nome da firma onde trabalha quando atende ao telefone em sua própria casa (ou até mesmo o celular!!!);

Você digita o ‘0’ para telefonar de sua casa;

10. Você vai ao trabalho quando o dia ainda está clareando e volta para casa quando já escureceu de novo;

11. Quando seu computador para de funcionar, parece que foi seu coração que parou;

11. Você está lendo esta lista e está concordando com a cabeça e sorrindo;

12. Você está concordando tão interessado na leitura que nem reparou que a lista não tem o número 9;

13. Você retornou à lista para verificar se é verdade que falta o número 9 e nem viu que tem dois números 11;

14. E AGORA VOCÊ ESTÁ RINDO CONSIGO MESMO;

15. Você já está pensando para quem você vai enviar esta mensagem;

É a vida… fazer o quê… foi o que eu fiz também… Feliz modernidade!

(Fonte: Internet - adaptado)



Qualquer adaptação é difícil. O novo dá medo. As transformações, quando lentas, já causam pavor nas pessoas; mais ainda quando acontecem de forma tão rápida, como temos visto atualmente. Diante disso, lembro-me da sensação de Charles Chaplin no filme “Tempos Modernos”, diante do esforço repetitivo e automatizado de apertar parafusos, na esteira de produção, durante horas árduas e demoradas de trabalho, a ponto de, ao final de um dia inteiro de serviço, sair “apertando parafusos imaginários no ar”. Isso é modernidade. É o preço que se paga pela comodidade e velocidade de comunicação, produção e serviços que não existiam até o século XVIII.

Até a próxima.

*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto


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O valor semântico das conjunções

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O valor semântico das conjunções



Olá, pessoal. Dicas de gramática aparecem na internet a todo o momento. Mas algumas merecem ser repetidas e trazidas à tona, porque, além de informarem os internautas dos “perigos” existentes na Língua Portuguesa, ainda trazem isso de forma bem mais didática do que passar horas e horas em um curso pré-vestibular. As dicas abaixo são de Dílson Catarino, em matéria especial para o Fovest Online, e vêm nos mostrar que nem sempre as músicas são gramaticalmente corretas. Vamos lá?



Soneto de Fidelidade (Vinicius de Moraes)



De tudo ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.



Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento



E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama



Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.



Quem não suspirou com esses versos de Vinícius de Moraes? Pois é. Mas, percebam o trecho:

"(...) Eu possa me dizer do amor (que tive): / Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure."

Esse é um dos mais conhecidos e apreciados poemas de Vinícius, que possui uma emotividade sem igual na literatura brasileira. A inadequação gramatical desses versos está na utilização da expressão "posto que" com o valor semântico de causa. O poeta espera que o amor não seja imortal, já que é chama, perceberam? O problema é que "POSTO QUE" tem valor concessivo, ou seja, indica oposição, fatores contrários, e tem o mesmo valor de "apesar de que, embora, mesmo que, ainda que", e não de "porque, já que, visto que". Então, o verso deveria ter sido construído assim: "Que não seja imortal, já que é chama", ou "porque é chama" ou ainda "visto que é chama". (Fonte: Folha - adaptado)

É isso aí, pessoal. Gostaram? Na próxima tem mais!



*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto


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Desvendando algumas pegadinhas – Última Parte

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Desvendando algumas pegadinhas – Última Parte



Olá, pessoal! Após a celebração da Páscoa e ter vivenciado, mais uma vez, a ressurreição da paz, da esperança e da felicidade em nossos corações, voltemos à nossa Língua Portuguesa, finalizando as matérias sobre pegadinhas. Vamos lá?



* Viemos aqui, nesta hora, expressar nosso agradecimento pelo grande favor que nos fizeram.

Neste caso, apresenta-se um verbo comumente usado de maneira errada em algumas de suas formas. Nesta oportunidade, falarei apenas sobre um desses deslizes cometidos com o uso indevido do verbo vir. Ninguém diz: "estivemos aqui, nesta hora." Diz-se, porém, no tempo certo: "estamos aqui, nesta hora." Se é "nesta hora" que o fato ocorre, então, o verbo deve estar no presente. Então, depois da correção, tem sua frase inicial assim escrita: Vimos aqui, nesta hora, expressar nosso agradecimento pelo grande favor que nos fizeram.



* Traze-me uns pastelzinhos.

Neste tópico, estamos focalizando um aspecto muito explorado em provas de vestibulares e concursos públicos - o plural dos diminutivos em -zinho -, que é feito do seguinte modo:

1 - leva-se o substantivo ao plural em seu grau normal: pastéis;

2 - retira-se o s final: pastei;

3 - acrescenta-se -zinhos, e pronto: pasteizinhos.

Outros exemplos: pãezinhos, carreteizinhos, limõezinhos, caracoizinhos, aneizinhos.

Depois da correção, a frase correta fica assim: Traze-me uns pasteizinhos.



* O relógio marcou meio-dia e meio.

Esta pegadinha que, de vez em quando, figura em provas de vestibular e concurso, sempre acaba tirando candidatos do páreo. A palavra que se refere a horas é meia e não meio. Diz-se nove horas e meia, vinte horas e meia e assim por diante.

Então, depois da correção, temos a seguinte frase: O relógio marcou meio-dia e meia.



* A perca daquele patrimônio transformou-o numa pessoa cética e amarga.

Perca é a forma verbal da primeira e terceira pessoas do singular do presente do subjuntivo (que eu perca, que ele perca). Perda é substantivo, que, obviamente, admite ser precedido de artigo.

Exemplos:

Mesmo que eu perca de início, não desanimarei. (perca é verbo)

Não me importa que o governo perca. (perca é verbo)

A perda de um ano de estudos não o abalou. (perda é substantivo)

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: A perda daquele patrimônio transformou-o numa pessoa cética e amarga. (Fonte: Pegadinhas de Língua Portuguesa – Internet)

Espero que tenham gostado. Pratiquem! E até a próxima!

*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto


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Desvendando algumas pegadinhas – Parte III

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Desvendando algumas pegadinhas – Parte III



Olá, pessoal. Quero desejar uma Feliz Páscoa a todos os meus leitores, e que Jesus ressuscite no coração de cada um de vocês, trazendo mais paz, amor e felicidade às suas vidas! Voltemos às nossas dicas! Vamos lá?



* Não exceda da dosagem alcoólica permitida.

O verbo exceder não admite preposição. Outros exemplos: O motorista foi multado porque excedeu os limites de peso de carga de seu caminhão.

Lotação: 42 passageiros. Não exceda este limite.

O certo seria escrever a frase original do seguinte modo: Não exceda a dosagem alcoólica permitida.



* Não estacione! Sujeito a guincho.

Nada pode estar sujeito a um objeto que, neste caso, é o guincho, mas sim a uma ação, que seria a de guinchamento. Em outras hipóteses, os que transgridem a lei penal estão sujeitos a prisão, mas não a preso; se a transgressão for grave, podem até estar sujeitos a banimento, mas não a banido; como também, uma latinha de cerveja, no freezer, está sujeita a congelamento, mas não a gelo.

A frase inicial, corretamente grafada, ficaria assim: Não estacione! Sujeito a guinchamento.



* A polícia não pode prendê-lo porque ele é de menor.

Eis uma seção de dicas de português para vestibulares e concursos cuja sutileza muita gente boa não percebe. O predicativo dessa frase liga-se ao sujeito com auxílio de verbo de ligação sem preposição. O povo é que construiu essa anomalia. Veja outros exemplos de predicativo: Ele é sargento do exército./ Ela é maior de 14 anos./ Ela é a rainha do colégio. Ele é menor de 6 anos./ Meu pai é professor.

Então, depois da correção da frase inicial, fica assim: A polícia não pode prendê-lo porque ele é menor de idade.



* Sou difícil de fazer amizade.

Essa frase já se inicia por uma incoerência, pois ninguém é difícil ou fácil de coisa alguma. Pelo menos, assim se espera. O que é difícil não é a pessoa, mas sim a ação de fazer amizade. O sujeito dessa frase é oracional — fazer amizade — e o predicativo é difícil. O verbo é de ligação — ser. Então, depois da correção da frase inicial, fica assim: É-me difícil fazer amizade. – ou – Fazer amizade me é difícil. – ou – Fazer amizade é difícil para mim.

(Fonte: Pegadinhas de Língua Portuguesa – Internet)



Simples, não é mesmo? Apenas precisamos perder alguns “vícios de linguagem”. Na próxima tem mais dicas. Até lá.

*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto


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Contato: ahhfalaserio@hotmail.com

Desvendando algumas pegadinhas – Parte II

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Desvendando algumas pegadinhas – Parte II



Olá, pessoal. Apresentei a vocês, na semana passada, algumas pegadinhas nas quais os pré-vestibulandos costumam cair na hora da prova. Continuemos com mais algumas:



* O acidente aconteceu porque o motorista dormiu no volante.

Para que alguém consiga dormir no volante, é necessário que este seja, no mínimo, do tamanho de uma cama. Convenhamos, volantes desse tamanho ainda não foram fabricados. Então, melhor seria dormir no banco do automóvel ou, mais adequadamente, em uma cama com mais conforto. Quem dorme bem, dorme em algum lugar. Já "dormir próximo" ou "junto" significa dormir a (preposição) com o respectivo artigo (o ou a).

O correto seria escrever: O acidente aconteceu porque o motorista dormiu ao volante.

Mais alguns exemplos: A moça dormiu ao computador. O marinheiro dormiu ao timão. Romeu dormia à janela de Julieta.



* Confesso que me simpatizei com ela.

O verbo simpatizar, como também seu antônimo antipatizar não são empregados com pronomes. Portanto, escreve-se correto, grafando-se assim: Confesso que simpatizei com ela. Abaixo, seguem outros exemplos de frases corretamente escritas:

Você simpatizou com a moça, mas ela antipatizou com você. Antipatizo com políticos em geral. Simpatizamos com a nova professora. Eles antipatizam conosco.



* Começou nevar hoje cedo em Urubici.

Certas notícias são dadas de modo negligente, sem nenhuma preocupação com as regras do idioma. O verbo começar forma locução com outro verbo, no infinitivo, por intermédio da preposição A.

Exemplos: Nice começou a chorar. Naquela hora, Eliane começou a rir. Começou a chover.

Eis a frase-título corretamente escrita: Começou a nevar hoje cedo em Urubici.



* Residente à Rua Joana Sartóri.

As palavras residente, morador e situado não admitem a reposição A para ligar-se ao respectivo logradouro, mas, sim, a preposição locativa EM. Não se diz, por exemplo, que um imóvel está situado a Campinas, porém em Campinas.

Vejam os exemplos que seguem: O prédio está situado na Avenida Duque de Caxias. Márcio, morador na Travessa Cotia, prestou depoimento ontem. Resido na Alameda Tabajara.

A frase do topo, escrita corretamente, ficaria assim: Residente na Rua Joana Sartóri.

(Fonte: Pegadinhas de Língua Portuguesa – Internet)



É isso aí pessoal. Gostaram? Na próxima tem mais! Até lá.



*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto


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Desvendando algumas pegadinhas – Parte I

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Desvendando algumas pegadinhas – Parte I



Olá, pessoal. A partir desta semana, trarei a vocês algumas dicas que costumam pegar os pré-vestibulandos de surpresa na hora da prova. São expressões que, por força da oralidade, muitas vezes, caímos em erro e escrevemos da mesma forma que falamos.

Vamos lá?

*Desculpem o transtorno.

O verbo desculpar é transitivo direto e indireto, isto é, ele possui dois objetos: um direto e outro indireto. A ordem em que esses objetos figuram na oração é indiferente. Pode vir primeiro o objeto direto, depois o indireto, ou vice-versa. Trocando em miúdos, quem desculpa, desculpa alguém por alguma coisa. O objeto direto é sempre uma pessoa e o indireto é alguma coisa.

O correto seria escrever: Desculpem-nos pelo transtorno.

*Agradecemos a preferência.

Vamos aprender a agradecer em bom português. Muita gente boa agradece mal aos seus clientes por falta de conhecimento de transitividade verbal. O verbo agradecer, nessa construção, possui outra regência, que o transforma num transitivo indireto acompanhado de um adjunto adverbial de causa. Na frase errada, acima, o agradecimento é dirigido à causa (= a preferência) e não ao seu agente (= o cliente ou os clientes).

Para agradecer, corretamente, deve-se escrever assim: Agradecemos (aos nossos clientes) pela preferência.

*Gostaria de colocar minha opinião.

Opiniões não se colocam, se expõem ou se dão. Há também quem gosta de, ao final de um discurso, fazer uma colocação em vez de fazer uma exposição, que é muito mais coerente e elegante.

O correto seria escrever: Gostaria de expor minha opinião. Ou Gostaria de dar minha opinião.

*Vou explicar nos mínimos detalhes.

Veja como, às vezes, o excesso atrapalha. Há expressões, em nossa língua, classificadas como pleonasmos viciosos, que revelam a precariedade linguística de quem os escreve ou assim fala. Pleonasmo é a repetição de palavras ou expressões de mesmo sentido. A expressão viciosa "nos mínimos detalhes" equivale a aberrações como "subir pra cima", “descer pra baixo”, “chutar com os pés”, etc. Em “detalhe” já está contida a ideia de mínimo. Detalhe significa pormenor, minúcia, no mínimo. Se se pretendesse fazer a explicação em suas mínimas partes, seria suficiente fazê-la em detalhes, ou em seus pormenores, ou ainda em minúcias.

Então escrevamos corretamente: Vou explicar em detalhes. Ou Vou explicar detalhadamente.

(Fonte: Pegadinhas de Língua Portuguesa – Internet)



É isso aí, pessoal. Espero que vocês tenham gostado. Até a próxima!

*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto


Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

Contato: ahhfalaserio@hotmail.com