PLANTÃO
DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
Literatura: Estilos de Época – AUGUSTO
DOS ANJOS: Parte I
Olá,
pessoal! Dando continuidade aos nossos estudos literários, resolvi dar uma
breve pausa nos estilos de época e comentar sobre um autor polêmico a tal ponto
que não se encaixou em nenhum desses estilos! Augusto dos Anjos é considerado
um meio-termo entre o Simbolismo e o Pré-Modernismo. O “Poeta do não-lugar”
deixou suas marcas em uma única obra: “Eu”, a qual estará sendo cobrada no
vestibular 2/2012 da UNIMONTES. Vamos conhecer um pouco mais sobre esse autor?
Augusto
foi o único poeta originalmente decadentista no Brasil. O chamado
“Decadentismo” foi uma corrente literária que pairou entre o Simbolismo (estilo
de época) e o Impressionismo (corrente artística). Este começou quando jovens
pintores do final do séc. XIX resolveram romper com o estilo das artes
plásticas que até então vigoravam. “A
busca pelos elementos fundamentais de cada arte levou os pintores impressionistas
a pesquisar a produção pictórica, não mais interessados em temáticas nobres ou
no retrato fiel da realidade, mas em ver o quadro como obra em si mesma. A luz
e o movimento utilizando pinceladas soltas tornam-se o principal elemento da
pintura, sendo que geralmente as telas eram pintadas ao ar livre para que o
pintor pudesse capturar melhor as variações de cores da natureza.” (Fonte:
Wikipedia) Com pinceladas soltas, a decomposição das cores foi algo marcante
nesse estilo. Na arte literária, o impressionismo se fez valer exatamente na
fuga da realidade. Antes, preocupou-se em reelaborar uma nova visão do real.
Como o Simbolismo retratou em suas obras a falta de clareza, as mensagens
simbólicas, a transcendência, temas místicos, subjetivos, descartando a lógica
e a razão, é óbvio que, ao ser misturado com o estilo impressionista (a fim de
gerar o Decadentismo), teve como consequência um caráter de difícil
compreensão.
Poetas
“decadentes”, como Charles Baudelaire, Arthur Rimbaud, Stéphane Mallarmé, Paul
Verlaine, dentre outros, trouxeram obras ricas em símbolos, com estilo
extremamente subjetivo. Reconhecendo em Baudelaire o seu precursor, o estilo
decadente corresponde a um "estilo
engenhoso, complicado, erudito, cheio de nuances e rebuscado, recuando sempre
os limites da língua, tomando suas palavras a todos os vocabulários técnicos,
tomando cores a todas as paletas, notas a todos os teclados, esforçando-se por
exprimir o pensamento no que ele tem de mais inefável e a forma em seus mais
vagos e mais fugidios contornos", tendendo para a observação do "homem pálido, crispado, retorcido e
convulsionado pelas paixões fatídicas e o real tédio moderno", e
postulando a "absoluta autonomia da
arte" (Théophile Gautier, prefácio a Fleurs du
Mal , de Charles Baudelaire, Paris, 1868, in MORETTO, Fulvia M. L. - Caminhos
do Decadentismo Francês, São Paulo, s/d, pp. 42-45).
É
interessante como Augusto dos Anjos consegue absorver todo esse estilo,
simbolista, impressionista, decadente... E, ao mesmo tempo, engloba em seus
poemas caráter expressionista, naturalista, mas, acima de tudo, vanguardista.
Foi
um poeta que esteve à frente de seu tempo e, mesmo “inacreditado”, sobreviveu
às críticas e imortalizou-se pelo seu jeito único de escrever.
Na
próxima, veremos mais um pouco sobre ele. Até lá.
*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil