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domingo, 28 de março de 2010

Cobra Norato – Parte I

PLANTÃO DO VESTIBULANDO

Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...

Cobra Norato – Parte I

Olá, pessoal! Já estão abertas as inscrições do processo seletivo 2/2010 da UNIMONTES e terminam no dia 16 de abril. Acessem o site www.cotec.unimontes.br e façam já a sua inscrição! E, por falar nisso... A partir desta edição, farei comentários das obras do vestibular da Unimontes, esclarecendo dúvidas dos pré-vestibulandos, mostrando resumos, análises, explicando simbologias e elucidando o quanto for possível sobre a interpretação dos livros: “Paraísos artificiais”, de Paulo Henriques Britto; “Sagarana”, de Guimarães Rosa; “Cobra Norato”, de Raul Bopp; “Crônica da casa assassinada”, de Lúcio Cardoso; e “Por trás dos vidros”, de Modesto Carone. Começaremos por Cobra Norato.

O Livro de Raul Bopp conta a história do poeta, que estrangula a Cobra Norato e enfia-se em sua pele elástica para sair dos confins da floresta amazônica em direção a Belém do Pará, em busca da filha da Rainha Luzia, com quem ele quer se casar. O primeiro passo da caminhada é apagar os olhos, escorregar no sono e entrar na floresta cifrada. Sob a sombra fechada das árvores, entre sapos beiçudos, charco, lama, atoleiros provocados pelas águas dos rios, Norato avança e cumpre as missões impostas pelo mascarão que encontra no meio do caminho: passar por sete portas, ver sete mulheres brancas guardadas por um jacaré; entregar a sombra para o Bicho do Fundo; beber três gotas de sangue, etc. Norato cumpre as provas, mas não encontra a moça. Avança sozinho pela selva insone. A região torna-se lúgubre. É a floresta de hálito podre, de raízes desdentadas saltando do lodo. Cobra Norato alcança o fundo da floresta, onde a terra é fabricada e as árvores passam a noite tecendo folhas em segredo. Está perdido em um escuro labirinto de árvores. Onde afinal andará a filha da rainha Luzia? O tatu propõe que partam para o lago Onça-poiema. Cobra Norato refresca-se nas águas do rio, comunga com os animais que por ali pastam. Quando partem novamente para o interior abafado da floresta, a noite já está se fechando. Os dois rumam, pelo mangue, para as bandas do Bailique, pois querem ver chegar a pororoca. Na casa das farinhadas grandes, as mulheres trabalham nos ralos mastigando os cachimbos. Joaninha Vintém conta o causo do boto que a surpreendeu enquanto lavava roupa. Vendo a animação da festa, Norato e o tatu viram gente. Cantam, dançam os chorados de viola, bebem cachaça. Na hora de partir, Joaninha Vintém quer ir junto, mas Norato não aceita. Pegam o corpo que ficou lá fora e eles continuam a viagem. Ao longe, flutuando no rio, Norato vê um navio com casco de prata. O tatu o corrige: não era um navio, era a Cobra Grande. Quando começa a lua cheia, ela aparece para buscar moças virgens. A Cobra Grande estava para se casar e Norato decide assistir a esse casamento. Na casa da Boiuna, um cururu se posta de sentinela. Norato esgueira-se pelos fundos da grota e avista a noiva da Cobra Grande, que é exatamente a filha da rainha Luzia. Mas Cobra Grande acorda e começa a perseguição sem fim. Cobra Norato consegue enganar o rival e volta para o Sem-fim, levando consigo a sua noiva e convidando a todos para a festa de casamento que há de durar sete luas e sete sóis.

Como vocês puderam perceber, Cobra Norato é uma obra cheia de lendas, folclore, recursos poéticos, fazendo um excelente trabalho com as palavras. Na próxima, elucidarei mais detalhes sobre o livro. Até lá.

JULIANA BARRETO – PROFª DE LÍNGUA PORTUGUESA – Matéria publicada pelo Jornal A Semana, de Pirapora/MG, em 01/04/2010.

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