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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Cobra Norato – Parte II

PLANTÃO DO VESTIBULANDO



Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...




Cobra Norato – Parte II




Olá, pessoal! A fim de explicar um pouco mais sobre o livro Cobra Norato, de Raul Bopp, vejamos algumas simbologias e explicações de lendas presentes no livro:




Serpente = símbolo universal e complexo. Pode representar morte, destruição, mal, uma essência rastejante de penetração e também veneno. As cobras sofrem o processo da troca de pele e esse é um evento que desperta a curiosidade já que essa característica possibilita associá-la ao rejuvenescimento. A ela também está associada a imagem do Uroboro, a serpente que morde a própria cauda formando uma circunferência, símbolo de processo, da continuidade, eternidade. Além disso, simboliza uma força inconsciente da natureza que não é boa nem má. Psicologicamente, pode ser considerada como um símbolo do falo (órgão sexual masculino) e possui conotações sexuais. Essa imagem ainda está associada à Grande-Mãe que geralmente é retratada como sendo uma mulher forte, de seios nus e com os braços estirados para fora, segurando uma cobra em cada mão.




Lenda da boiuna = Um dos mitos do Amazonas, que aparece sob diferentes feições: ora como uma cobra preta, ora como uma cobra grande, de olhos luminosos como dois faróis. Os caboclos anunciam sua presença nos rios, lagos, igarapés e igapós. A imaginação amazônica criou para o nosso mito propriedades fantásticas: a boiuna pode metamorfosear--se em embarcação de vapor ou vela para mais atrair e desorientar as suas vítimas. Na Amazônia, ela toma diversos nomes: Boiuna, Cobra Grande, Cobra Norato, etc.



Lenda do boto = As lendas contam que nas noites de festas juninas, quando as pessoas estão distraídas celebrando, o boto rosado aparece transformado em um bonito e elegante rapaz mas sempre usando um chapéu, porque sua transformação não é completa, e suas narinas se encontram no topo de sua cabeça fazendo um buraco. Como um cavalheiro, ele conquista e encanta a primeira jovem bonita que encontra e a leva para o fundo do rio. Durante estas festividades, quando um homem aparece usando um chapéu, as pessoas pedem para que ele o retire para que não pensem que ele é um boto.



Tincuã = é um pássaro encantado cujo canto prenuncia a morte. Aparece no livro quando há pressentimento de algum perigo para Cobra Norato.



Conhecendo agora as principais simbologias que envolvem a obra, vejamos como ela se desenrola. Bem, o enredo mostra a jornada de um herói que luta pela filha da Rainha Luzia (outro personagem lendário). O poema é composto por 33 cantos e mostra que, movido pelo desejo carnal, Cobra Norato vence vários obstáculos em busca de concretizar o seu sonho de ter a mulher amada. Contudo, para realizar seu intento, o herói deverá mergulhar no sono e vencer etapas probatórias no mundo onírico, uma vez que sua aventura encontra-se no mundo imaginário. O termo “Sem-fim” remete para os horizontes sem fronteiras do imaginário, confirmando, dessa forma, a irrupção do inconsciente.



As lendas aparecem como forma de valorizar o folclore brasileiro, chamando a atenção das pessoas para a nossa cultura. Assim, percebemos a principal característica do Modernismo presente na obra: a busca por uma “cor local”, valorizando o que é nosso, e tornando mais rara a influência europeia. (Fontes: Internet, Ana Leal Cardoso e Dicionário de Símbolos).



É isso aí, pessoal. Até a próxima análise!


JULIANA BARRETO – PROFª DE LÍNGUA PORTUGUESA – Matéria publicada pelo Jornal A Semana, de Pirapora/MG, em 09/04/2010.

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