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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Figuras de Linguagem – Parte III

PLANTÃO DO VESTIBULANDO

Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...

Figuras de Linguagem – Parte III

Olá, pessoal! Nas edições anteriores, aprendemos um pouco mais sobre a Literatura, no tocante às chamadas Figuras de Linguagem. Vimos que os estudiosos as dividem em 2 ou 3 grupos a fim de facilitar os estudos. Agora, aprenderemos sobre a última etapa de classificação das figuras de estilo: Figuras de construção (ou figuras sintáticas).

Aliteração é uma figura de linguagem que consiste em repetir sons consonantais idênticos ou semelhantes em um verso ou em uma frase. Mas não se trata de simples sonoridades destituídas de conteúdo. Geralmente, a aliteração sublinha (ou introduz) determinados valores expressivos, nem sempre facilmente descritíveis.

Exemplo: “Em horas inda louras, lindas/ Clorindas e Belindas, brandas/ Brincam nos tempos das Berlindas/ As vindas vendo das varandas” (Fernando Pessoa).

Esta estrofe é um exemplo soberbo do uso expressivo da aliteração das letras: l; d; b; v.

Assonância é uma figura de linguagem que consiste em repetir sons de vogais em um verso ou em uma frase. Exemplos: Ó Formas alvas, brancas, Formas claras — Cruz e Sousa (assonância em A); A mágica presença das estrelas! — Mário Quintana (assonância em A).

Anacoluto, ou frase quebrada, é uma figura de linguagem que, segundo a retórica clássica, consiste numa irregularidade e na regularidade automática muito expressiva. É como se começássemos uma frase e houvesse uma mudança de rumo no pensamento - por exemplo, através do desrespeito das regras de concordância verbal ou da sintaxe. Exemplo: "O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto" (Carlos Drummond de Andrade).

Anáfora é a repetição da mesma palavra ou grupo de palavras no princípio de frases ou versos consecutivos. É uma figura de linguagem comuníssima nos quadrinhos populares, música e literatura em geral, especialmente na poesia. Exemplo: Nem tudo que ronca é porco,/ Nem tudo que berra é bode,/ Nem tudo que reluz é ouro,/ Nem tudo falar se pode.

Assíndeto é uma figura de estilo que consiste na omissão das conjunções ou conectivos (em geral, conjunções copulativas), resultando no uso de orações justapostas ou orações coordenadas assindéticas, separadas por vírgulas. É uma figura de sintaxe, por omissão, tal como a elipse e o zeugma. Por exemplo, em Os Lusíadas, de Camões, podemos ler: "Fere, mata, derriba denodado...". Outro exemplo aparece no Cântico Negro de José Régio: "Tendes jardins, tendes canteiros,/Tendes pátrias, tendes tectos".

Polissíndeto é o emprego repetitivo da conjunção entre as orações de um período ou entre os termos de oração, tornando-se, portanto, o contrário da figura anterior. Ex.: "E sob as ondas ritmadas/ e sob as nuvens e os ventos/ e sob as pontes e sob o sarcasmo/ e sob a gosma e sob o vômito".

Elipse é a supressão de uma palavra facilmente subentendida. Consiste da omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto ou por elementos gramaticais presentes na frase com a intenção de tornar o texto mais conciso e elegante. Exemplo: "No mar, tanta tormenta e tanto dano." (em "Os Lusíadas" de Camões) - onde se omite o verbo "haver" , ainda que seja óbvia a intenção do autor.

É isso aí, pessoal! Na próxima, terminaremos nossos estudos sobre as figuras de linguagem. Até lá.

JULIANA BARRETO – PROFª DE LÍNGUA PORTUGUESA – Matéria publicada pelo Jornal A Semana, de Pirapora/MG, em 27/11/2009.

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