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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Literatura: Analisando as Figuras de Linguagem (Última parte)

PLANTÃO DO VESTIBULANDO

Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...

Literatura: Analisando as Figuras de Linguagem (Última parte)

Olá, pessoal! A fim de terminarmos os estudos sobre as figuras de linguagem, trouxe para vocês, nesta semana, os últimos tipos pertencentes às chamadas Figuras de construção (ou figuras sintáticas). Vamos aos estudos!!!

Paranomásia ou paronomásia é uma figura estilística que consiste no emprego de palavras parônimas (com sonoridade semelhante) numa mesma frase, fenômeno que é popularmente conhecido como trocadilho. Ex.: “Berro pelo aterro pelo desterro/ berro por seu berro pelo seu erro.” (Caetano Veloso); "Exportar é o que importa"' (Delfim Netto).

Pleonasmo é uma redundância (proposital ou não) em uma expressão, enfatizando-a. Ex.: "Morrerás morte vil na mão de um forte." (Gonçalves Dias); "E rir meu riso" (Vinícius de Moraes); etc. É o famoso “subir pra cima”, “entrar pra dentro” e muitos outros exemplos do nosso cotidiano. É interessante lembrar que, enquanto estilo literário, o pleonasmo é aceitável; mas, a partir do momento em que é empregado em uma redação, torna-se vício de linguagem e empobrece o texto.

Silepse é uma figura de construção que trata da concordância que acontece não com o que está explícito na frase, mas com o que está mentalmente subentendido. É, portanto, uma concordância ideológica, que ocorre com a ideia a qual o falante quer transmitir. A silepse pode ser de pessoa: Todos nesta sala somos gaúchos. Nesta frase, o verbo “somos” não concorda com o sujeito explícito “Todos”, que é da 3ª pessoa, portanto, a concordância "normal" seria Todos nesta sala são gaúchos. O verbo concorda com a ideia nele implícita: o falante se inclui entre os gaúchos. A silepse pode ser de número: O gaúcho é bravo e forte. Não fogem da luta. O verbo fugir – fogem – não concorda com o sujeito “o gaúcho”, e sim com o que ele representa: os gaúchos. A silepse também pode ser de gênero: Porto Alegre é linda.. Nesse caso, o adjetivo “linda” não concorda com o substantivo “Porto Alegre”, mas com a palavra cidade.

Zoomorfização (ou Animalização) é uma figura de linguagem que aproxima e descreve o comportamento humano como de um animal. Mais do que uma figura de linguagem, a Zoomorfização é uma concepção do Naturalismo. Assim, quando o homem é retratado como um animal, expressa-se a ideia da época, muito influenciada pelo Darwinismo, de que o homem não passa de um ser instintivo, consideravelmente irracional e que é condicionado pelo meio em que vive. Ex.: Trecho retirado do livro O cortiço, de Aluísio Azevedo: "(...) via-se-lhes [das mulheres] a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam suspendendo o cabelo todo para o alto do casco [couro cabeludo]; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário, metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas [narizes ou focinhos] e as barbas, fossando [revolver com o focinho] e fungando contra as palmas da mão."

Percebam que a Literatura possui recursos de expressão que “embelezam” a linguagem. Muitos escritores ficaram consagrados pelo uso exagerado de figuras de linguagem e estilização de uma literatura própria, como Guimarães Rosa, por exemplo. É isso aí, pessoal. Até a próxima! E, para quem fará a prova do Novo Enem, Boa Sorte!!!

JULIANA BARRETO – PROFª DE LÍNGUA PORTUGUESA – Matéria publicada pelo Jornal A Semana, de Pirapora/MG, em 04/12/2009.

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