Pesquise aqui

 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

PLANTÃO DO VESTIBULANDO Uma maneira simples de aprender a como chegar lá... A linguagem que circula na rede – Parte II Olá, pessoal! Continuando os nossos estudos sobre a linguagem da internet, vejamos o que acontece no mundo dos chats, blogs e demais sites de relacionamentos e tentar entender como são formadas as expressões usadas pelos internautas brasileiros. Primeiramente, pensemos na gramática. Existem vestígios nessa linguagem de pelo menos 2 tipos de processos de formação de palavras – acrossemia e acrografia, definidas, respectivamente, pelo dicionário HOUAISS, como: a abreviação das palavras reduzindo-as às suas iniciais, ex.: S.A. = sociedade anônima; e a junção da sílaba inicial de uma série de palavras para formar um vocábulo (Bélgica, Nederland – Países Baixos – e Luxemburgo = Benelux). Mas, como podemos perceber a presença dessa teoria na comunicação virtual? Simples! Basta lembrar siglas, abreviações e reduções típicas, como: fds (final de semana); blz (beleza); vc (você); n (não), tb (também); etc. Além disso, o que se pode observar é uma escrita informal, coloquial, reduzida, cheia de abreviações e em estilo telegráfico, em que os acentos gráficos e até mesmo os pontos de interrogação são raros. É aí que esse tipo de linguagem se aproxima da oralidade, sem a preocupação com regras de ortografia ou de sintaxe, assim como acontece no nosso dia-a-dia. Recolhi alguns exemplos de sites como Orkut e Twitter, além de conversas em MSN, as quais apresentam aqui em fragmentos e sem autoria, a fim de respeitar a particularidade dos internautas, em grande parte, piraporenses. - Se viu que legal - esta ancioso p/ ir a pizaria - ooh brigaduu - d´nads - Magina, que eu ia esquecer de te dar os parabens.. No primeiro exemplo, a intenção foi dizer “Você viu que legal?”, porém, a palavra “você”, reduzida às duas últimas letras (ce), ainda sofreu alteração, chegando a Se. Aqui fica claro que foi usada a oralidade, a linguagem informal do nosso cotidiano. Além disso, não houve a representação da pergunta por meio do ponto de interrogação. No segundo exemplo, além da falta de interrogação (uma vez que a proposta foi perguntar se o interlocutor tinha ansiedade de ir à pizzaria), houve dois erros de ortografia e um de crase, já que o verbo Ir exige a preposição A que, juntamente com o artigo feminino A, formam uma crase. A abreviação ocorreu com a palavra “para” (p/). Os terceiro e quarto exemplos mostram uma sequência de conversa, um agradecimento (obrigado – obs.: dito por uma internauta, a qual deveria dizer “obrigada”, com A) e sua respectiva resposta (de nada), numa maneira bem jovial e inovadora de se comunicar. Além da falta de acentuação no quinto exemplo, a palavra “Magina”, que remete a “imagina”, evidencia também a necessidade de rapidez do mundo moderno. Desta forma, inúmeras construções linguísticas são feitas no mundo virtual. Na próxima semana, analisaremos mais algumas. Aproveitem o Carnaval com responsabilidade... Até lá! JULIANA BARRETO – PROFª DE LÍNGUA PORTUGUESA – Matéria publicada pelo Jornal A Semana, de Pirapora/MG, em 12/02/2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada!