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sábado, 31 de julho de 2010

Qual é a cor do burro quando foge???

PLANTÃO DO VESTIBULANDO

Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...

Qual é a cor do burro quando foge???

Olá, pessoal. Vocês já pararam para refletir sobre o ditado: “Cor de burro quando foge”? Já ficaram tentando imaginar se seria amarelo, bege, marrom? O que acontece aqui, como em tantos outros ditados populares, é a força da oralidade. Nesse dito popular, o correto é: “Corro de burro quando foge”. E aí, sim, faz sentido.

Outro que causa estranheza é: “Esse menino não para quieto, parece que tem bicho carpinteiro”. Mas que tal de bicho carpinteiro é esse? O correto é: “Esse menino não para quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro”.

Alguém já ouviu falar que... “Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão”? O correto é: “Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.”

Outro que no popular todo mundo erra: “Quem tem boca vai a Roma”. A forma que a sociedade interpreta é que, quem sabe comunicar-se, consegue ir a qualquer lugar. Mas, trata-se de uma referência ao governo absoluto em Roma, onde dificilmente se questionavam as atitudes do imperador. O correto é: “Quem tem boca vaia Roma.” (do verbo vaiar: ato que requer muita coragem).

“Cuspido e escarrado” é usado quando se pretende dizer que alguém é muito parecido com outra pessoa. O certo é: “Esculpido em Carrara.” (um tipo de mármore).

Vocês conhecem o dito popular: “Quem não tem cão, caça com gato”? Entretanto, não é essa a forma certa. O certo é: “Quem não tem cão, caça como gato”. Ou seja: sozinho! Interessante, não? Vejam algumas curiosidades...

“Nas coxas”: As primeiras telhas usadas nas casas aqui no Brasil eram feitas de Argila e moldadas nas coxas dos escravos. Como estes variavam de tamanho e porte físico, as telhas ficavam todas desiguais. Daí, “fazer nas coxas”: de qualquer jeito.

“Voto de Minerva”: Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate. Coube à deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.

“Casa da mãe Joana”: Na época do Brasil Império, os governantes do país costumavam encontrar-se num prostíbulo do RJ, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a expressão “casa da mãe Joana” ficou conhecida como sinônimo de lugar de bagunça.

“Conto do vigário”: Duas igrejas de Ouro Preto receberam uma imagem de santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda de um burro. Colocaram o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficou com a santa. Mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro. Desse modo, “conto do vigário” é sinônimo de falcatrua.

“Ficar a ver navios”: Quando Dom Sebastião, rei de Portugal, morreu, seu corpo não foi encontrado. Por isso, o povo português se recusava a acreditar na sua morte. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.

“Não entendo patavinas”: Os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova. Sendo assim, não entender patavina significava não entender nada.

É isso aí, pessoal. Espero que tenham se divertido. Até mais!


JULIANA BARRETO – PROFª DE LÍNGUA PORTUGUESA – Matéria publicada pelo Jornal A Semana, de Pirapora/MG, em 30 de julho de 2010.

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