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sábado, 9 de maio de 2009

O “fantasma” do lugar-comum- Parte II

PLANTÃO DO VESTIBULANDO Uma maneira simples de aprender a como chegar lá... O “fantasma” do lugar-comum- Parte II* Olá, pessoal! Dando continuidade ao assunto da edição anterior, veremos mais alguns casos em que há lugares-comuns e que, nem sempre, as pessoas se dão conta disso ao escreverem em redações, documentos, cartas oficiais, etc. Muitas vezes, as frases, expressões ou imagens estão tão presentes e fixas em nossas mentes que, dificilmente, conseguimos evitá-las. Passamos a usá-las sem pensar, não cuidando do fato de que elas possam estar desgastadas e acabamos usando-as compulsoriamente. Ás vezes, nós usamos um clichê com a ilusão de que fomos nós quem o criou e nem percebemos que ele era apenas uma lembrança guardada de algo lido ou escutado várias vezes anteriores, algo que ficou guardado e preso à mente, e que vem à nossa memória quando menos esperamos. Algumas famosas e abomináveis duplas também fazem parte dos clichês. Existem adjetivos e substantivos que andam sempre aos pares, formando lugares-comuns facilmente evitáveis. Muitas vezes, se apenas trocarmos de lugar as palavras, já conseguiremos evitar um lugar-comum, mas, em outros casos, é preferível trocar o substantivo ou o adjetivo desgastado por um equivalente e sinônimo. Vejam alguns exemplos: água cristalina; agradável surpresa; amarga decepção; calor escaldante; calorosa recepção; carreira meteórica; cartada decisiva; chuvas torrenciais; corpo escultural; crítica construtiva; dama virtuosa; desabalada carreira; doce esperança; doença insidiosa; duras críticas; eminente deputado ou senador; ente querido; escoriações generalizadas; esposa dedicada; ferros retorcidos; filho exemplar; fortuna incalculável; gesto tresloucado; grata satisfação ou surpresa; ilustre estirpe; ilustre professor; ilustre visitante; impiedosa goleada; infausto acontecimento; inflação galopante; inteiro dispor; jogador voluntarioso; laços indissolúveis; lamentável equívoco; lance duvidoso; lauto banquete; manobra audaciosa; mera coincidência; obra faraônica; pai extremoso; pavoroso incêndio ou desastre; perda irreparável; pertinaz doença; poeta inspirado; prestigioso órgão; profundas raízes; profundo silêncio; proibição terminante; rápidas pinceladas; relevantes serviços; rigoroso inquérito; semblante carregado; silêncio sepulcral ou tumular; singela homenagem; sol escaldante; sólidas tradições; sólidos conhecimentos; sonho dourado; subida íngreme; suculenta feijoada; trágica ocorrência; tumulto generalizado; último adeus; vaias estrepitosas; valoroso soldado; violento incêndio ou acidente; viúva inconsolável. Selecionei alguns destes exemplos para fazer uma substituição e evitar o uso de clichês. Vejam como é fácil promover uma troca que não altera no sentido e traz um maior valor á escrita: água cristalina = água límpida; amarga decepção = decepção terrível; fortuna incalculável = riqueza exagerada ou exacerbada; perda irreparável = perda que não se poderá reparar; singela homenagem = homenagem simples, mas sincera; último adeus = uma despedida; viúva inconsolável = viúva triste pela perda sofrida. Etc. Quando necessário, acrescentem ou eliminem palavras. O importante é criar expressões inovadoras e/ ou mais simples, que não tenham sido utilizadas com tanta frequência. Gostaram? Na próxima edição tem mais! Até lá!
*Matéria publicada pelo Jornal A Semana de Pirapora-MG, em 08/05/2009, pela colunista Juliana Barreto, professora de Língua Portuguesa, formada pela UNIMONTES/MG.

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