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domingo, 24 de maio de 2009

O “fantasma” do lugar-comum- Parte III

PLANTÃO DO VESTIBULANDO Uma maneira simples de aprender a como chegar lá... O “fantasma” do lugar-comum- Parte III* “(...) Encho-te no meu espaço devagarinho,Preenches-me de carinho e amor.Adormeço contigo nos meus sonhos,Acordo com a tua suave voz ao meu ouvido.Sinto-me pequenina perante ti,A princesa das nossas noites,Amar e ser amado etapa primeira.(...)”
Olá, pessoal! Para finalizarmos o estudo sobre os lugares-comuns, usemos esses versos como base. Quando nos deparamos com lindos versos como esses, e, principalmente quando enxergamos nas entrelinhas imagens que nos remetem a outras significações, já sabemos estar diante de um texto literário. A expressão: “A princesa das nossas noites” deixa clara a existência de uma figuração ligada à lua. Esta, muitas vezes, é tida como inspiradora dos poetas e até mesmo é comparada à mulher amada em sua elegância, beleza e por ser inalcançável. Mas, tudo é muito lindo e inspirador na Literatura. Agora, será que essa mesma expressão poderia ser usada em uma redação no lugar da palavra “lua”? Na redação, as imagens também podem aparecer como lugares-comuns. As pessoas, lugares, coisas têm nomes. Criar imagens, apelidos ou definições que os substituam só contribui para a disseminação de uma série de clichês que devem ser evitados nas redações e textos oficiais, devido à sobriedade, objetividade e bom senso que eles devem conter. Seguem alguns exemplos e a versão correta que deve ser utilizada: rei do futebol = Pelé; cidade luz = paris; cidade maravilhosa = Rio; esporte das multidões = futebol; precioso líquido = água; astro-rei = sol; rainha da noite = lua; soldado do fogo = bombeiro; enlace matrimonial = casamento; tapete verde = gramado; profissional do volante = motorista; etc. É importante lembrar que não são apenas as palavras, frases, construções ou duplas que se reproduzem ao infinito nos textos, mas também as ideias. Por isso, desconfiem sempre de ideias e imagens “diferentes” que surjam prontas na cabeça e tentem lembrar se elas não fazem parte de alguma recordação de algo que vocês leram anteriormente. A seguir, vejam mais alguns exemplos de ideias que aparecem com frequência nos textos: * A oposição sonho-pesadelo: Classe média, acaba o sonho e começa o pesadelo/ O sonho de Israel virou pesadelo/ Sonho de carro vira pesadelo em consórcios. Etc. * A novela: Estreia de Rossana vira novela/ Termina a novela do caso Isabela. Etc. * O fantasma: Desemprego traz de volta o fantasma da recessão de 83/ Empresariado teme a volta do fantasma do grevismo. Etc. Obs.: No título desta edição, o clichê “fantasma” foi usado propositalmente. * Negócio da China: Missão traz negócio da China ao Brasil/ Negócio da China chega ao sertão do nordeste. Etc. * Também é cultura: Esporte também é cultura/ Quadrinho também é cultura/ Ilusão também é cultura... Só faltam dizer que clichê também é cultura!!! É isso aí, amigos leitores, evitem ao máximo os famosos e abomináveis clichês! *Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, em 16/maio/09, pela colunista Juliana Barreto.

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