O Realismo surge em meio ao fracasso da Revolução Francesa e de seus ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. A sociedade se dividia entre a classe operária e a burguesia. Logo mais tarde, em 1848, os comunistas Marx e Engels publicam o Manifesto que faz apologias à classe operária.
Uma realidade oposta ao que a sociedade tinha vivido até aquele momento surgia com o progresso tecnológico: o avanço da energia elétrica, as novas máquinas que facilitavam a vida, como o carro, por exemplo. As correntes filosóficas se destacam: o Positivismo, o Determinismo, o Evolucionismo e o Marxismo.
Contudo, o pensamento filosófico que exerce mais influência no surgimento do Realismo é o Positivismo, o qual analisa a realidade através das observações e das constatações racionais.
Dessa forma, a produção literária no Realismo surge com temas que norteiam os princípios do Positivismo. São características deste período: a reprodução da realidade observada; a objetividade no compromisso com a verdade (o autor é imparcial), personagens baseadas em indivíduos comuns (não há idealização da figura humana); as condições sociais e culturais das personagens são expostas; lei da causalidade (toda ação tem uma reação); linguagem de fácil entendimento; contemporaneidade (exposição do presente) e a preocupação em mostrar personagens nos aspectos reais, até mesmo de miséria (não há idealização da realidade).
A literatura realista surge na França com a publicação de Madame Bovary de Gustave Flaubert, e no Brasil com Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis, em 1881.
Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores realistas desejavam retratar o homem e a sociedade em sua totalidade. Não bastava mostrar a face sonhadora e idealizada da vida como fizeram os românticos; era preciso mostrar a face nunca antes revelada: a do cotidiano massacrante, do amor adúltero, da falsidade e do egoísmo humano, da impotência do homem comum diante dos poderosos.
Comparação com o Romantismo
Realismo | Romantismo |
Distanciamento do narrador | Narrador em primeira pessoa |
Valoriza o que se é | Valoriza o que se idealiza e sente |
Crítica direta | Crítica indireta |
Objetividade | Sentimentos à flor da pele |
Textos, às vezes, sem censura | Textos geralmente respeitosos |
Imagens sem fantasias, reais | Imagens fantasiadas, perfeitas |
Aversão ao Amor platônico | Amores platônicos |
Mistura de épico e lírico nos textos | Separação |
Cosmopolita | Ufanista/Nacionalista |
Características:
Veracidade: Despreza a imaginação romântica Contemporaneidade: descreve a realidade Retrato fiel das personagens: caráter, aspectos negativos da natureza humana Gosto pelos detalhes: Lentidão na narrativa Materialismo do amor: Mulher objeto de prazer/adultério Denúncia das injustiças sociais Determinismo e relação entre causa e efeito Linguagem próxima a realidade: simples, natural, clara e equilibrada.
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