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sexta-feira, 30 de março de 2012

Estilos de Época – REALISMO/ NATURALISMO


Literatura: Estilos de Época – REALISMO/ NATURALISMO

Olá, pessoal! “Gastei trinta dias para ir do Rossio Grande ao coração de Marcela, não já cavalgando o corcel do cego desejo, mas o asno da paciência, a um tempo manhoso e teimoso. Que, em verdade, há dois meios de granjear a vontade das mulheres: o violento, como o touro de Europa, e o insinuativo, como o cisne de Leda e a chuva de ouro de Dânae, três inventos do padre Zeus, que, por estarem fora de moda, aí ficaram trocados no cavalo e no asno. (...) Ocorre-me uma reflexão imoral que é ao mesmo tempo uma correção de estilo. Cuido haver dito, no capítulo XIV, que Marcela morria de amores pelo Xavier. Não morria, vivia. Viver não é a mesma coisa que morrer, assim o afirmam todos os joalheiros desse mundo, gente muito vista na gramática. Bons joalheiros, que seria do amor se não fossem os vossos dixes e fiados?(...) ...Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos.” (Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis).
O trecho acima trata a respeito do amor, mas não de forma subjetiva e ultrarromântica, como houve no Romantismo. Ao contrário, a visão a respeito do amor, na obra de Machado de Assis, é muito mais objetiva e realista. Essa característica da descrição objetiva e realista dos sentimentos e das coisas é o que envolve o estilo de época chamado de REALISMO.
Isso mesmo, pessoal! Na última edição, aprendemos sobre o estilo de época Romantismo. Agora, vemos uma mudança de postura da sociedade. Durante os momentos finais do século XIX, muitas mudanças ocorreram no mundo: o socialismo científico de Marx e Engels, a Segunda Revolução Industrial, Lutas operárias, Progresso da Biologia, influência de correntes filosóficas como o Positivismo de Augusto Conte, o Evolucionismo de Charles Darwin, o Determinismo de Taine e o Materialismo; tudo isso contribuindo para uma postura muito mais centrada na razão, diferenciando-se das paixões insanas que levaram, durante o início do século, os românticos ao mal-do-século.
No Brasil, o ciclo do café, a abolição da escravatura em 1888, a proclamação da República em 1889 e o desenvolvimento da imprensa propiciaram uma intensificação nas características do Realismo:
ü  Tendência à observação;
ü  Objetivismo, ausência da idealização;
ü  Sensualismo;
ü  Lentidão narrativa e descritiva;
ü  Concepção do amor como um fato predominantemente filosófico;
ü  Predominância do espaço urbano.
O NATURALISMO foi um Estilo de Época que também aconteceu no final do século XIX, mantendo algumas características comuns ao Realismo, porém intensificando-as, como se o Naturalismo fosse um Realismo exagerado. Um excelente escritor do Naturalismo foi Aluísio de Azevedo, autor de O cortiço, O mulato, Casa de Pensão, obras que mantêm algumas características comuns, como:
ü  Cientificismo;
ü  Animalização do homem;
ü  Visão radicalmente determinista;
ü  Interesse pelas classes baixas;
ü  Amoralismo;
ü  Gosto pelo patológico (doenças, deformações físicas, taras).
É isso aí, pessoal! Observem que esses estilos que vimos nesta semana procuraram descrever o ser humano e a vida de forma mais fiel ao contexto da época, trazendo inovações à Literatura Brasileira. Até a próxima...


*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil

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