PLANTÃO
DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
Literatura: Estilos de
Época - ARCADISMO*
Olá,
pessoal! Nas semanas anteriores, aprendemos um pouco sobre os primeiros estilos
de época da Literatura Brasileira. Agora, veremos mais um.
Para
que possamos falar sobre o estilo que, cronologicamente, sucedeu o Barroco, é
preciso viajar no tempo e ir até a mitologia grega. A Arcádia foi um local na Mitologia onde as pessoas viviam em plena
paz, havia uma noção de companheirismo e simplicidade que fazia com que todos
se amassem e se respeitassem. A simplicidade estava estampada em tudo, uma vez
que a sociedade acreditava que a felicidade não estava no luxo, mas nas coisas
mais simples, como a natureza.
Foi
baseando-se nesse local que surgiu o ARCADISMO, estilo de época também chamado
de Setecentismo porque se estendeu ao longo dos anos 1700. Sabemos que o século
XVIII muito acrescentou ao mundo. Foi graças a ele que os ideais de Igualdade,
Fraternidade e Liberdade se expandiram, através de revoluções. Foi o Século das
Luzes, do Iluminismo, quando toda a escuridão da Era das Trevas (a Idade Média)
foi derrotada pela iluminação do raciocínio e de novas tendências filosóficas.
Se, durante a Idade Media, as pessoas pouco pensavam, já que todo o saber e a
leitura estavam concentrados nas mãos da Igreja Católica, agora tudo havia
mudado. A sociedade, com o poder de leitura e conhecimento nas mãos, pôde
começar a questionar, argumentar, e isso foi fundamental para criar um novo tipo
de sociedade, mais crítica e menos passiva.
Esse
contexto desenvolveu no Brasil uma vontade de lutar, de se libertar como
colônia e, em Minas Gerais, tivemos a Inconfidência, em cujo palco brilharam
artistas como Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga,
etc. Estes, escondidos sob pseudônimos de pastores mitológicos, expuseram uma
sociedade bucólica, pastoril, natural, livre, em paz e harmonia, a exemplo da
Arcádia. Temas como a natureza, os campos, pastores, ovelhas, surgiram para
embelezar a Literatura brasileira. O dia passou a ser mais aproveitado, já que
as pessoas tinham consciência da efemeridade da vida. Era o Carpe Diem, expressão latina que
significa aproveite o dia.
Vejamos
como Tomás Antônio Gonzaga, com o pseudônimo de Dirceu, retrata o Carpe Diem à
sua amada Marília:
Com os anos, Marília, o gosto
falta,
e se entorpece o corpo já
cansado:
triste, o velho cordeiro está
deitado,
e o leve filho, sempre alegre,
salta.
A mesma formosura
é dote que só goza a mocidade:
rugam-se as faces, o cabelo
alveja,
mal chega a longa idade.
Que havemos de esperar Marília
bela?
que vão passando os florescentes
dias?
As glórias que vêm tarde, já vêm
frias,
e pode, enfim, mudar-se a nossa
estrela.
Ah! não, minha Marília,
aproveite-se o tempo, antes que
faça
o estrago de roubar ao corpo as
forças,
e ao semblante a graça! (GONZAGA.
In: Marília de Dirceu).
Até
a próxima!
*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com
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