Pesquise aqui

 

domingo, 11 de março de 2012

Literatura: Estilos de Época - ARCADISMO


PLANTÃO DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
                    Literatura: Estilos de Época - ARCADISMO*

Olá, pessoal! Nas semanas anteriores, aprendemos um pouco sobre os primeiros estilos de época da Literatura Brasileira. Agora, veremos mais um.
Para que possamos falar sobre o estilo que, cronologicamente, sucedeu o Barroco, é preciso viajar no tempo e ir até a mitologia grega. A Arcádia foi um local na Mitologia onde as pessoas viviam em plena paz, havia uma noção de companheirismo e simplicidade que fazia com que todos se amassem e se respeitassem. A simplicidade estava estampada em tudo, uma vez que a sociedade acreditava que a felicidade não estava no luxo, mas nas coisas mais simples, como a natureza.
Foi baseando-se nesse local que surgiu o ARCADISMO, estilo de época também chamado de Setecentismo porque se estendeu ao longo dos anos 1700. Sabemos que o século XVIII muito acrescentou ao mundo. Foi graças a ele que os ideais de Igualdade, Fraternidade e Liberdade se expandiram, através de revoluções. Foi o Século das Luzes, do Iluminismo, quando toda a escuridão da Era das Trevas (a Idade Média) foi derrotada pela iluminação do raciocínio e de novas tendências filosóficas. Se, durante a Idade Media, as pessoas pouco pensavam, já que todo o saber e a leitura estavam concentrados nas mãos da Igreja Católica, agora tudo havia mudado. A sociedade, com o poder de leitura e conhecimento nas mãos, pôde começar a questionar, argumentar, e isso foi fundamental para criar um novo tipo de sociedade, mais crítica e menos passiva.
Esse contexto desenvolveu no Brasil uma vontade de lutar, de se libertar como colônia e, em Minas Gerais, tivemos a Inconfidência, em cujo palco brilharam artistas como Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga, etc. Estes, escondidos sob pseudônimos de pastores mitológicos, expuseram uma sociedade bucólica, pastoril, natural, livre, em paz e harmonia, a exemplo da Arcádia. Temas como a natureza, os campos, pastores, ovelhas, surgiram para embelezar a Literatura brasileira. O dia passou a ser mais aproveitado, já que as pessoas tinham consciência da efemeridade da vida. Era o Carpe Diem, expressão latina que significa aproveite o dia.
Vejamos como Tomás Antônio Gonzaga, com o pseudônimo de Dirceu, retrata o Carpe Diem à sua amada Marília:
Com os anos, Marília, o gosto falta,
e se entorpece o corpo já cansado:
triste, o velho cordeiro está deitado,
e o leve filho, sempre alegre, salta.
A mesma formosura
é dote que só goza a mocidade:
rugam-se as faces, o cabelo alveja,
mal chega a longa idade.
Que havemos de esperar Marília bela?
que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde, já vêm frias,
e pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
aproveite-se o tempo, antes que faça
o estrago de roubar ao corpo as forças,
e ao semblante a graça! (GONZAGA. In: Marília de Dirceu).

Até a próxima!


*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada!