PLANTÃO
DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
Literatura: Estilos de
Época - ROMANTISMO*
Olá,
pessoal! Até a última matéria do Plantão Do Vestibulando, eu trouxe a vocês uma
breve apresentação do que foi o Arcadismo, estilo de época do século XVIII. Logo
em seguida, tivemos a explosão do ROMANTISMO, no séc. XIX, trazendo uma busca
pela “cara” do Brasil, por algo que representasse nossa raiz: encontrou-se o
índio.
A
necessidade de expor nossa nacionalidade e patriotismo fez com que poetas como
Gonçalves Dias (aquele do “Minha Terra tem palmeiras, onde canta o sabiá...”)
relatassem todo o seu amor por nossa fauna, flora e também pelo índio. Este
passou a ser idealizado em um símbolo de beleza, força, virilidade, coragem e
caráter.
Além
disso, alguns autores românticos entraram numa “onda” de Mal-do-Século e
retrataram o amor como algo mórbido, capaz de conduzir o homem ao caos. Era o
Ultrarromantismo, um amor exagerado e inconsequente, que arrastava poetas à bebida,
à boemia e, consequentemente, à morte. Como aconteceu com Álvares de Azevedo,
poeta que perdeu sua emoção de viver devido a amores não correspondidos e
demonstrou, em poemas melancólicos, um culto à morte. O poeta morreu com vinte
e poucos anos, à imagem de muitos poetas românticos da época, no Brasil e no
mundo.
Vejam
alguns versos de Azevedo:
Quando em meu peito rebentar-se a
fibra
Que o espírito enlaça à dor
vivente,
Não derramem por mim nem uma
lágrima
Em pálpebra demente.
(...)
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam
nela
— Foi poeta — sonhou — e amou na
vida.—
Não
podemos nos esquecer de Castro Alves, poeta romântico que, ao contrário dos
ultrarromânticos, não falou de amor, mas de uma luta contra a escravidão,
mostrando uma poesia de cunho social. Como vocês puderam perceber, o Estilo de
Época Romantismo foi bastante eclético e trouxe uma visão totalmente
diferenciada do que havia sido visto durante o estilo anterior.
Na
prosa, o maior ícone, com certeza, foi José de Alencar que, com seus romances
urbanos, rurais, indígenas, etc., conduziu uma singeleza única na
caracterização da mulher. Esta, retratada de forma praticamente europeizada,
aparece nos textos de Alencar como virgem, delicada em seus traços e atitudes,
naturalmente muito infantil, loira, muito branca (pálida), de olhos claros,
geralmente azuis, numa forma paradoxal de retratar o Brasil. Isso vem nos
mostrar como que, contraditoriamente, o Romantismo esboçou a realidade brasileira,
mas, ao mesmo tempo, acabou por nos proporcionar cópias europeias. Não podemos
esquecer que nem a lendária Iracema, virgem dos lábios de mel, escapou da
europeização em suas características: Iracema é anagrama de América, e
demonstra o surgimento das raças; entretanto, é tão virgem e delicada quanto
Ceci, mulher branca, de descendência europeia, na obra O Guarani. De qualquer
forma, foi uma tentativa de buscar na figura indígena a marca originária do
nosso país. Apenas no Modernismo, estilo de época ocorrido no século XX, que
essa conquista avança em passos largos e efetivos.
É
isso aí, pessoal! Até a próxima...
*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com
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