Literatura:
Estilos de Época – A perfeição do PARNASIANISMO
Olá,
pessoal! Daremos continuidade aos nossos estudos literários. Paralelamente à
ficção dita REALISTA e NATURALISTA (estudadas anteriormente), a ruptura com a
visão de mundo romântica provoca o surgimento de uma tendência poética a que se
denomina PARNASIANISMO.
O
Parnasianismo brasileiro foi um afastamento do realismo social, em direção ao
esteticismo e a temas universais já consagrados pela tradição literária
europeia (temas orientais, helênicos e da tradição romântica). Foi típica desse
movimento a criação de uma ilusão de impassibilidade do poeta diante dos
objetos que representava em seus poemas. A atitude do poeta foi
fundamentalmente descritiva. Ele difundiu um culto acadêmico da "arte pela
arte": procura por uma correção gramatical, pelo preciosismo das palavras,
pela obsessão de clareza e pelo rigor formal.
“O
nome Parnaso diz respeito à figura mitológica que nomeia uma montanha na
Grécia, morada de musas e do deus Apolo, local de inspiração para os poetas. A
escola adota uma linguagem mais trabalhada, empregando palavras sofisticadas e
incomuns, dispostas na construção de frases, atendendo às necessidades da
métrica e ritmo regulares, que dificultam a compreensão, mas que lhes são
característicos. Para os parnasianos, a poesia deve pintar objetivamente as
coisas sem demonstrar emoção.” (Fonte:
Portal São Francisco).
Não
podemos esquecer que Apolo era considerado o deus da perfeição física.
Inspiração mais do que adequada para escritores que buscaram, a todo o momento,
a perfeição física do poema.
As principais características do
Parnasianismo são: a contenção lírica, o rigor formal, a impessoalidade, a
presença da cultura clássica, o culto da forma e a valorização da arte pela
arte. Os principais autores são: Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo
Correia.
VASO
GREGO
(Alberto de
Oliveira)
Esta de áureos
relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante
copa, um dia,
Já de aos deuses
servir como cansada
Vinda do Olimpo, a
um novo deus servia.
Era o poeta de Teos
que a suspendia
Então, e, ora
repleta ora esvasada,
A taça amiga aos
dedos seus tinia,
Toda de roxas
pétalas colmada.
Depois... Mas o lavor
da taça admira,
Toca-a, e do ouvido
aproximando-a, às bordas
Finas hás-de lhe
ouvir, canora e doce,
Ignota voz, qual se
da antiga lira
Fosse a encantada
música das cordas,
Qual se essa voz de
Anacreonte fosse.
A
métrica rígida e a forma fixa em soneto (dois quartetos e dois tercetos)
evidenciam a busca pela perfeição nos versos acima. Até a próxima...
*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil
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