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sexta-feira, 30 de março de 2012

Literatura: Estilos de Época – A perfeição do PARNASIANISMO


Literatura: Estilos de Época – A perfeição do PARNASIANISMO

Olá, pessoal! Daremos continuidade aos nossos estudos literários. Paralelamente à ficção dita REALISTA e NATURALISTA (estudadas anteriormente), a ruptura com a visão de mundo romântica provoca o surgimento de uma tendência poética a que se denomina PARNASIANISMO.
O Parnasianismo brasileiro foi um afastamento do realismo social, em direção ao esteticismo e a temas universais já consagrados pela tradição literária europeia (temas orientais, helênicos e da tradição romântica). Foi típica desse movimento a criação de uma ilusão de impassibilidade do poeta diante dos objetos que representava em seus poemas. A atitude do poeta foi fundamentalmente descritiva. Ele difundiu um culto acadêmico da "arte pela arte": procura por uma correção gramatical, pelo preciosismo das palavras, pela obsessão de clareza e pelo rigor formal.
“O nome Parnaso diz respeito à figura mitológica que nomeia uma montanha na Grécia, morada de musas e do deus Apolo, local de inspiração para os poetas. A escola adota uma linguagem mais trabalhada, empregando palavras sofisticadas e incomuns, dispostas na construção de frases, atendendo às necessidades da métrica e ritmo regulares, que dificultam a compreensão, mas que lhes são característicos. Para os parnasianos, a poesia deve pintar objetivamente as coisas sem demonstrar emoção.” (Fonte: Portal São Francisco).
Não podemos esquecer que Apolo era considerado o deus da perfeição física. Inspiração mais do que adequada para escritores que buscaram, a todo o momento, a perfeição física do poema.
            As principais características do Parnasianismo são: a contenção lírica, o rigor formal, a impessoalidade, a presença da cultura clássica, o culto da forma e a valorização da arte pela arte. Os principais autores são: Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia.
VASO GREGO
(Alberto de Oliveira)
Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que a suspendia
Então, e, ora repleta ora esvasada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.

Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás-de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.

A métrica rígida e a forma fixa em soneto (dois quartetos e dois tercetos) evidenciam a busca pela perfeição nos versos acima. Até a próxima...


*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil

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