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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ainda sobre as novas regras ortográficas

PLANTÃO DO VESTIBULANDO


Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...





Ainda sobre as novas regras ortográficas





Olá, pessoal. O texto abaixo foi escrito por Marcelo Coelho em um blog na internet, a respeito do comentário feito por um fotógrafo, o Mario Rui Feliciani. E a polêmica trazida por ele merece a atenção de vocês. Vamos lá?

Para parar com o para, por Marcelo Coelho

O fotógrafo Mario Rui Feliciani busca adeptos para uma causa que apoio totalmente. Ele acha que não se pode abolir o acento diferencial na palavra "pára", do verbo parar. (...) Segue o texto completo de seu manifesto.

“O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990) eliminou o acento agudo do verbo “parar” na terceira pessoa do singular, do presente do indicativo; e na segunda pessoa do singular, do imperativo afirmativo. Pedimos a revisão da reforma e a manutenção desse acento diferencial, pois sua eliminação já está trazendo graves consequências para a língua. As duas formas verbais “pára” e a preposição “para” são palavras de uso muito corrente e, se de idênticas as grafias, serão frequentes as interpretações dúbias, tais como no exemplo abaixo, extraído de noticiário: “Acidente em túnel para o Rio de Janeiro”. Nesse exemplo, ausente a diferenciação do acento, é impossível para o leitor saber se houve um acidente grave que prejudicou todo o trânsito da cidade ou se apenas ocorreu um acidente normal em um túnel que serve de acesso à cidade. A se manter dubiedade tão flagrante, serão duas as implicações, igualmente desastrosas: as más interpretações, como descrito acima; e a escravização dos escritores mais cuidadosos, que sacrificarão o estilo de suas frases, alterando-as para evitar o mal-entendido. Além disso, é notório que a forma verbal acentuada condiz com a ênfase que o povo brasileiro empresta à ordem de parar, seja ela ríspida ou carinhosa. O brasileiro diz “pára!”. Usa, coloquialmente e com força, a segunda pessoa do singular do imperativo do verbo “parar”, mesmo nas frases construídas com o pronome de tratamento “você”. Esse uso, inexato do ponto de vista gramatical mais rigoroso, já se consolidou como forma afetuosa de nossa comunicação. Os pais ralham com carinho diante das travessuras de seus filhos com um “pára” enfático(...) Entendemos, em resumo, que as regras gramaticais generalizadoras não devem ser usadas com rigor, quando isso implica prejuízos de clareza e exatidão; ou quando desrespeita traços culturais acumulados durante muitos anos de uso da língua por todo o povo, seu verdadeiro dono.” (Mario Rui Feliciani). Por tudo o que se disse, pleiteamos a revisão da reforma gramatical e a manutenção do acento diferencial nas formas citadas do verbo parar. (Fonte: Marcelo Coelho, Internet).

Essa é uma das minhas revoltas contra essa mudança. Não à mudança em si, mas à forma como ela foi feita. Eliminam-se acentos em apenas alguns casos, eliminam-se hífens em apenas alguns casos... E isso só veio atrapalhar e causar mais transtorno às aulas de gramática (as quais já eram e continuam sendo cansativas). Explicar aos alunos por que "quente" se pronuncia diferente de "eloquente" será um caos nas primeiras fases do ensino fundamental. Da mesma forma, será extremamente difícil fazer os alunos entenderem (mesmo porque nem eu entendo) por que "pé de moleque" não tem mais hífen, e "arco-da-velha" permanece com hífen. E por que "para", palavra que tanto pode causar ambiguidade, perdeu o acento diferencial e em "pôr" permanece.

Assim, fica difícil desfazer da ideia de que o Português é difícil... Até a próxima!

*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto


Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

Contato: ahhfalaserio@hotmail.com

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