PLANTÃO
DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
Análise
de Obras Literárias – Unimontes* – Parte I:
Eu,
Augusto dos Anjos**
Olá,
pessoal! Já vimos um pouco sobre o poeta Augusto dos Anjos, mas, a fim de que
possamos entender melhor a obra “Eu”, iremos agora mesclar os conhecimentos
adquiridos sobre o autor com a análise de sua única obra.
O
estilo de Augusto reúne características de vários estilos de época, tornando-o
não só único, mas, e principalmente, o chamado “poeta do não-lugar”, uma vez
que faz com que ele não se encontre em nenhuma tendência. Antes, traz para si o
que julga melhor em cada uma delas, ou, pelo menos, o que é de seu gosto em
cada uma delas.
-
Barroco: abuso de figuras de linguagem de opostos e contradições: antíteses e
paradoxos. Figuração excessiva. Gosto pelo “feio” e exótico.
-
Realismo: procurou retratar a essência da realidade, através de um retrato fiel
das angústias, problemas e defeitos humanos. “Dissecação” do ser.
-
Naturalismo: identificação total com o determinismo naturalista, baseado em
Taine. A morte como única certeza. A putrefação do corpo como consequência
natural da efemeridade da vida.
-
Parnasianismo: versos preferencialmente decassílabos, gosto pelo soneto, culto
à forma.
-
Simbolismo: gosto pelo ultrarromantismo, um exagero de sentimentalismo, uma perfeita
catarse de sensações. Misticismo. Musicalidade. Uso excessivo de letras
maiúsculas como ênfase (e gramaticalmente incorretas). A sugestão é mais
importante que a própria palavra. Transcendência rumo à loucura. (Influência
Expressionista).
Além
de reunir características dos estilos acima citados, Augusto dos Anjos também é
vanguardista, pois, antes do próprio surgimento do que seria o Modernismo, o
autor já trazia indícios dos chamados movimentos de vanguarda europeus, como o
Expressionismo. Mas, ainda, a herança deixada por Baudelaire influencia Augusto
a expressar-se como os poetas decadentes: - Decadentismo: morbidez (culto à
morte), decadência humana em todos os sentidos. - Expressionismo: movimento
europeu de vanguarda. Gosto pela distorção/ jogo de luz e sombra.
Quanto
à linguagem, a obra de Augusto dos Anjos nos proporciona: - Cientificismo: uso
de termos científicos; - Arcaísmos: palavras não usadas mais pelos falantes da
época; - Eruditismos: norma culta usada de forma exagerada, tornando a
linguagem acessível apenas a um grupo restrito de leitores; - Coloquialismos:
palavras do cotidiano; - Neologismos: expressões criadas pelo próprio autor,
destacando-se: “profundissimamente”; - Exageros expressados, principalmente,
através de superlativos; - Palavras apoéticas, como “verme”, “parto”, “lama”,
“miserável”, “escarro”; etc.
Em
sua obra, o poeta nos apresenta uma autoimagem dilacerada, já que se
caracteriza ou faz associações de si mesmo como: sombra, vencido, morto,
doente, morcego, corvo (Intertextualidade com Poe), etc. Vemos aí um eu-lírico
soturno, descrente, incapaz (não merecedor) de gerar frutos, decadente acima de
tudo.
É
isso aí, pessoal. Até a próxima...
* Processo seletivo 1/2012 e 2/2012 da Unimontes.
**Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil
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