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domingo, 27 de maio de 2012

Análise de Obras Literárias – Unimontes – Parte I: Eu, Augusto dos Anjos


PLANTÃO DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
Análise de Obras Literárias – Unimontes* – Parte I:
Eu, Augusto dos Anjos**

Olá, pessoal! Já vimos um pouco sobre o poeta Augusto dos Anjos, mas, a fim de que possamos entender melhor a obra “Eu”, iremos agora mesclar os conhecimentos adquiridos sobre o autor com a análise de sua única obra.
O estilo de Augusto reúne características de vários estilos de época, tornando-o não só único, mas, e principalmente, o chamado “poeta do não-lugar”, uma vez que faz com que ele não se encontre em nenhuma tendência. Antes, traz para si o que julga melhor em cada uma delas, ou, pelo menos, o que é de seu gosto em cada uma delas.
- Barroco: abuso de figuras de linguagem de opostos e contradições: antíteses e paradoxos. Figuração excessiva. Gosto pelo “feio” e exótico.
- Realismo: procurou retratar a essência da realidade, através de um retrato fiel das angústias, problemas e defeitos humanos. “Dissecação” do ser.
- Naturalismo: identificação total com o determinismo naturalista, baseado em Taine. A morte como única certeza. A putrefação do corpo como consequência natural da efemeridade da vida.
- Parnasianismo: versos preferencialmente decassílabos, gosto pelo soneto, culto à forma.
- Simbolismo: gosto pelo ultrarromantismo, um exagero de sentimentalismo, uma perfeita catarse de sensações. Misticismo. Musicalidade. Uso excessivo de letras maiúsculas como ênfase (e gramaticalmente incorretas). A sugestão é mais importante que a própria palavra. Transcendência rumo à loucura. (Influência Expressionista).
Além de reunir características dos estilos acima citados, Augusto dos Anjos também é vanguardista, pois, antes do próprio surgimento do que seria o Modernismo, o autor já trazia indícios dos chamados movimentos de vanguarda europeus, como o Expressionismo. Mas, ainda, a herança deixada por Baudelaire influencia Augusto a expressar-se como os poetas decadentes: - Decadentismo: morbidez (culto à morte), decadência humana em todos os sentidos. - Expressionismo: movimento europeu de vanguarda. Gosto pela distorção/ jogo de luz e sombra.
Quanto à linguagem, a obra de Augusto dos Anjos nos proporciona: - Cientificismo: uso de termos científicos; - Arcaísmos: palavras não usadas mais pelos falantes da época; - Eruditismos: norma culta usada de forma exagerada, tornando a linguagem acessível apenas a um grupo restrito de leitores; - Coloquialismos: palavras do cotidiano; - Neologismos: expressões criadas pelo próprio autor, destacando-se: “profundissimamente”; - Exageros expressados, principalmente, através de superlativos; - Palavras apoéticas, como “verme”, “parto”, “lama”, “miserável”, “escarro”; etc.
Em sua obra, o poeta nos apresenta uma autoimagem dilacerada, já que se caracteriza ou faz associações de si mesmo como: sombra, vencido, morto, doente, morcego, corvo (Intertextualidade com Poe), etc. Vemos aí um eu-lírico soturno, descrente, incapaz (não merecedor) de gerar frutos, decadente acima de tudo.
É isso aí, pessoal. Até a próxima...


 * Processo seletivo 1/2012 e 2/2012 da Unimontes.

**Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil

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