PLANTÃO
DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
Literatura: Estilos de Época – AUGUSTO
DOS ANJOS: Parte II
Olá,
pessoal! Na semana anterior, vimos um pouco sobre o poeta Augusto dos Anjos.
Aprendemos que ele não se “encaixa” em nenhum estilo de época propriamente dito
e que possui características próprias. Uma delas diz respeito à herança
expressionista que o autor carrega.
Surgido
como desdobramento do pós-impressionismo, o EXPRESSIONISMO foi um movimento cultural de vanguarda surgido na Alemanha nos
primórdios do século XX, de indivíduos que estavam mais interessados na
interiorização da criação artística do que na sua exteriorização, projetando na
obra de arte uma reflexão individual e subjetiva. Ou seja, a obra de arte é
reflexo direto do mundo interior do artista expressionista. (...) O
expressionismo costuma ser entendido como a deformação da realidade para
expressar mais subjetivamente a natureza e o ser humano, dando primazia à
expressão dos sentimentos mais que à descrição objetiva da realidade. Entendido
desta forma, o expressionismo é extrapolável a qualquer época e espaço
geográfico. (Fonte: Wikipedia)
É
interessante repararmos nas artes plásticas expressionistas a deformação da
imagem visual e as cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas.
Mas, no que diz respeito à literatura, o expressionismo também trouxe a
deformação: um eu-lírico aparece aí totalmente desfigurado, com feições
sombrias e pensamentos confusos. Na Literatura Brasileira, Augusto dos Anjos
conseguiu traduzir perfeitamente essa tendência, apresentando um eu-lírico
decadente, sombrio, subjetivo e sem forma, como se pode perceber abaixo:
Versos
Íntimos
Vês!
Ninguém assistiu ao formidável
Enterro
de tua última quimera.
Somente
a Ingratidão - esta pantera -
Foi
tua companheira inseparável!
Acostuma-te
à lama que te espera!
O
Homem, que, nesta terra miserável,
Mora,
entre feras, sente inevitável
Necessidade
de também ser fera.
Toma
um fósforo. Acende teu cigarro!
O
beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A
mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se
a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja
essa mão vil que te afaga,
Escarra
nessa boca que te beija!
Observem que existe um “quê”
naturalista, principalmente determinista, em Augusto dos Anjos. O poeta
acredita ser a morte a única certeza e explora, assim como aconteceu no
Simbolismo, a sublimação das imagens. E ainda mostra, assim como fez o
Parnasianismo, versos valorizados pela sua perfeição formal (soneto).
Uma mistura de estilos. Um poeta de
singular escrita, com certeza.
Até
a próxima...
*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil
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