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sábado, 12 de maio de 2012

Literatura: Estilos de Época – AUGUSTO DOS ANJOS: Parte II


PLANTÃO DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
        Literatura: Estilos de Época – AUGUSTO DOS ANJOS: Parte II

Olá, pessoal! Na semana anterior, vimos um pouco sobre o poeta Augusto dos Anjos. Aprendemos que ele não se “encaixa” em nenhum estilo de época propriamente dito e que possui características próprias. Uma delas diz respeito à herança expressionista que o autor carrega.
Surgido como desdobramento do pós-impressionismo, o EXPRESSIONISMO foi um movimento cultural de vanguarda surgido na Alemanha nos primórdios do século XX, de indivíduos que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que na sua exteriorização, projetando na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva. Ou seja, a obra de arte é reflexo direto do mundo interior do artista expressionista. (...) O expressionismo costuma ser entendido como a deformação da realidade para expressar mais subjetivamente a natureza e o ser humano, dando primazia à expressão dos sentimentos mais que à descrição objetiva da realidade. Entendido desta forma, o expressionismo é extrapolável a qualquer época e espaço geográfico. (Fonte: Wikipedia)
É interessante repararmos nas artes plásticas expressionistas a deformação da imagem visual e as cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas. Mas, no que diz respeito à literatura, o expressionismo também trouxe a deformação: um eu-lírico aparece aí totalmente desfigurado, com feições sombrias e pensamentos confusos. Na Literatura Brasileira, Augusto dos Anjos conseguiu traduzir perfeitamente essa tendência, apresentando um eu-lírico decadente, sombrio, subjetivo e sem forma, como se pode perceber abaixo:
Versos Íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

            Observem que existe um “quê” naturalista, principalmente determinista, em Augusto dos Anjos. O poeta acredita ser a morte a única certeza e explora, assim como aconteceu no Simbolismo, a sublimação das imagens. E ainda mostra, assim como fez o Parnasianismo, versos valorizados pela sua perfeição formal (soneto).
            Uma mistura de estilos. Um poeta de singular escrita, com certeza.
Até a próxima...


*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil

Um comentário:

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