PLANTÃO
DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
ESTUDANDO
PARA O ENEM: ANÁLISE DE TEXTOS - II
Olá,
pessoal! Vamos continuar as nossas análises de textos?
Pequei, Senhor,
mas não porque hei pecado
Da vossa
piedade me despido:
Porque quanto
mais tenho delinqüido,
Vos tenho a
perdoar mais empenhado.
Se basta a vos
irar tanto um pecado,
A abrandar-vos
sobeja um só gemido:
Que a mesma
culpa que vos há ofendido,
Vos tem para o
perdão lisonjeado.
Se uma ovelha
perdida e já cobrada
Glória tal e
prazer tão repentino
Vos deu, como
afirmais na Sacra História:
Eu sou,
Senhor, ovelha desgarrada;
Cobrai-me; e
não queirais, Pastor Divino,
Perder na
vossa ovelha a vossa glória. (Gregório de Matos)
Temos
aqui um poema Barroco, esculpido em forma de soneto (14 versos, sendo divididos
em 2 quartetos e 2 tercetos) e versos decassílabos (10 sílabas métricas). Mas
estas não são tipicamente características barrocas, mas sim, a angústia do
homem dividido entre o pecado e a salvação. Percebe-se, desde o início, que o
eu-lírico pede perdão a Deus pelos pecados cometidos e a cometer. Afirma-se
como uma “ovelha desgarrada”, assumindo sua condição de simples pecador,
louvando ao Senhor e pedindo Sua glória. Esta religiosidade confusa faz parte
do pensamento do homem do século XVII, período em que dividiam o cenário: a
ideologia católica, o avanço protestante, os renascimentos da cultura e do
comércio, avanços na “corrida” por novas terras.
O
“Carpe Diem” (Aproveite o dia) barroco aparece com um toque de pessimismo. O
homem desse período parece não se conformar com a efemeridade da vida, mas
também não busca aproveitá-la (por medo de estar em desacordo com os
mandamentos da Igreja), como ocorre no Estilo de Época seguinte: o Arcadismo.
Além do homem e seu pensamento dividido, do pessimismo, outras características
prevalecem no Barroco: o cultismo – jogo de palavras; o conceptismo – jogo de
ideias; o exótico e o feio. Além disso, percebemos no poema de Gregório de
Matos que a linguagem é bem rebuscada, tornando a interpretação e o
entendimento bastante difíceis.
É
isso aí. Até a próxima...
JULIANA BARRETO
– Profª de Língua Portuguesa
*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil
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