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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ESTUDANDO PARA O ENEM: ANÁLISE DE TEXTOS - II



PLANTÃO DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
ESTUDANDO PARA O ENEM: ANÁLISE DE TEXTOS - II

Olá, pessoal! Vamos continuar as nossas análises de textos?

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado
Da vossa piedade me despido:
Porque quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.


Se basta a vos irar tanto um pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História:

Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada;
Cobrai-me; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória. (Gregório de Matos)

Temos aqui um poema Barroco, esculpido em forma de soneto (14 versos, sendo divididos em 2 quartetos e 2 tercetos) e versos decassílabos (10 sílabas métricas). Mas estas não são tipicamente características barrocas, mas sim, a angústia do homem dividido entre o pecado e a salvação. Percebe-se, desde o início, que o eu-lírico pede perdão a Deus pelos pecados cometidos e a cometer. Afirma-se como uma “ovelha desgarrada”, assumindo sua condição de simples pecador, louvando ao Senhor e pedindo Sua glória. Esta religiosidade confusa faz parte do pensamento do homem do século XVII, período em que dividiam o cenário: a ideologia católica, o avanço protestante, os renascimentos da cultura e do comércio, avanços na “corrida” por novas terras.
O “Carpe Diem” (Aproveite o dia) barroco aparece com um toque de pessimismo. O homem desse período parece não se conformar com a efemeridade da vida, mas também não busca aproveitá-la (por medo de estar em desacordo com os mandamentos da Igreja), como ocorre no Estilo de Época seguinte: o Arcadismo. Além do homem e seu pensamento dividido, do pessimismo, outras características prevalecem no Barroco: o cultismo – jogo de palavras; o conceptismo – jogo de ideias; o exótico e o feio. Além disso, percebemos no poema de Gregório de Matos que a linguagem é bem rebuscada, tornando a interpretação e o entendimento bastante difíceis.

É isso aí. Até a próxima...

JULIANA BARRETO – Profª de Língua Portuguesa
 



*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil

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