PLANTÃO
DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
ESTUDANDO
PARA O ENEM: ANÁLISE DE TEXTOS - VII
Olá,
pessoal! Alguns poemas nos trazem simbolismos os quais, caso não leiamos com a atenção
devida, deixamos de perceber. Assim é a maior parte (senão todos) dos poemas do
estilo de época que ficou conhecido como Simbolismo.
Pertencente ao período de mudança do séc. XIX para o XX, este estilo
representou, através de palavras, a confusão da mente humana, os desafios
internos e as angústias vividas pelo homem da época. Com a influência intensa
dos pensamentos freudianos, o Simbolismo trabalhou a mente, o sonho, a ilusão,
a loucura, enfim, fixou-se mais no abstrato e sobrenatural do que exatamente no
palpável. Leiamos o poema abaixo:
Quando
os sons dos violões vão soluçando,
Quando
os sons dos violões nas cordas gemem,
E
vão dilacerando e deliciando,
Rasgando
as almas que nas sombras tremem.
Harmonias
que pungem, que laceram,
Dedos
Nervosos e ágeis que percorrem
Cordas
e um mundo de dolências geram,
Gemidos,
prantos, que no espaço morrem...
E
sons soturnos, suspiradas mágoas,
Mágoas
amargas e melancolias,
No
sussurro monótono das águas,
Noturnamente,
entre ramagens frias.
Vozes
veladas, veludosas vozes,
Volúpias
dos violões, vozes veladas,
Vagam
nos velhos vórtices velozes
Dos
ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
(Cruz e Souza)
O
poeta Cruz e Souza, pertencente ao Simbolismo brasileiro, teceu inúmeros
recursos literários e figuras de linguagem em seus poemas. O exemplo acima
retrata, perfeitamente bem, o abuso de aliterações (repetições de sons
consonantais, como: V e Z), prosopopeias (atribuição de características humanas
a objetos, como os violões que soluçam, por exemplo), sinestesias (mistura de
sensações – órgãos de sentido – como as veludosas vozes, que misturam tato e
paladar), etc.
Entretanto,
o que se sobrepõe às demais características é o uso de uma figuração exagerada,
um simbolismo implícito que precisa ser cuidadosamente interpretado. Não se
trata de “viajar” para entendê-lo. Basta seguir as pistas que o poema nos traz.
Ao percebermos palavras, como: geme,
dilacerando, deliciando, rasgando, tremem, dedos nervosos e ágeis que
percorrem, gemidos, sons soturnos (= noturnos), vulcanizadas, entre outros
vocábulos, notamos que a temática do poema está voltada à sexualidade. Isso se
evidencia ao somarmos à ideia de que o violão
nada mais é do que um símbolo do corpo
feminino.
É
isso aí, pessoal. Até a próxima...
JULIANA BARRETO
– Profª de Língua Portuguesa
*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada!