PLANTÃO
DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
ESTUDANDO
PARA O ENEM: ANÁLISE DE TEXTOS - XII
Olá,
pessoal! O ENEM está se aproximando, e, desta vez, eu trouxe para vocês uma
breve análise de um poema que faz denúncia sobre a escravidão. Observem:
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Essa
negra fulô
Ora,
se deu que chegou
(isso
já faz muito tempo)
no
bangüê dum meu avô
uma
negra bonitinha,
chamada
negra Fulô.
Essa
negra Fulô!
Essa
negra Fulô! (...)
Ó
Fulô! Ó Fulô!
(Era
a fala da Sinhá)
vem
me ajudar, ó Fulô,
vem
abanar o meu corpo
que
eu estou suada, Fulô!
vem
coçar minha coceira,
vem
me catar cafuné,
vem
balançar minha rede,
vem
me contar uma história,
que
eu estou com sono, Fulô!
Essa
negra Fulô! (...)
Ó
Fulô! Ó Fulô!
(Era
a fala da Sinhá
Chamando
a negra Fulô!)
Cadê
meu frasco de cheiro
Que
teu Sinhô me mandou?
—
Ah! Foi você que roubou!
Ah!
Foi você que roubou!
Essa
negra Fulô!
Essa
negra Fulô!
O
Sinhô foi ver a negra
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levar
couro do feitor.
A
negra tirou a roupa,
O
Sinhô disse: Fulô!
(A
vista se escureceu
que
nem a negra Fulô).
Essa
negra Fulô!
Essa
negra Fulô!
Ó
Fulô! Ó Fulô!
Cadê
meu lenço de rendas,
Cadê
meu cinto, meu broche,
Cadê
o meu terço de ouro
que
teu Sinhô me mandou?
Ah!
foi você que roubou!
Ah!
foi você que roubou!
Essa
negra Fulô!
Essa
negra Fulô!
O
Sinhô foi açoitar
sozinho
a negra Fulô.
A
negra tirou a saia
e
tirou o cabeção,
de
dentro dêle pulou
nuinha
a negra Fulô.
Essa
negra Fulô!
Essa
negra Fulô!
Ó
Fulô! Ó Fulô!
Cadê,
cadê teu Sinhô
que
Nosso Senhor me mandou?
Ah!
Foi você que roubou,
foi
você, negra fulô?
Essa
negra Fulô! (Jorge de Lima)
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O
poema contrapõe os deveres da escrava, que iam desde tarefas triviais, como
coçar o corpo da Sinhá, até servir seu próprio corpo ao Sinhô. Apesar de sempre
estar disposta para fazer os mínimos gostos da Sinhá, a negra é acusada de
roubo, ato que se torna mais comum ao longo do texto. O que o autor nos leva a
crer é que, com sua sensualidade inata, a negra acaba por sofrer abusos sexuais
do seu dono. Com fama de quem tudo rouba, Fulô é acusada também de “roubar” o
Sinhô para si. Vítima? Algoz? Jorge de Lima nos convida a refletir sobre a
perda de valores morais ao longo da escravidão.
É
isso, pessoal. Até a próxima...
JULIANA BARRETO
– Profª de Língua Portuguesa
*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por
Juliana Barreto
Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES
Contato: ahhfalaserio@hotmail.com
Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil
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