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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ESTUDANDO PARA O ENEM: ANÁLISE DE TEXTOS - VI



PLANTÃO DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
ESTUDANDO PARA O ENEM: ANÁLISE DE TEXTOS - VI

Olá, pessoal! Na semana anterior, vimos um trecho Realista. Agora, trago para vocês um trecho de texto do próximo estilo de época brasileiro: o Naturalismo. Observem como aborda temas da realidade do século XIX, tal como o Realismo fez. Entretanto, o Naturalismo o reelaborou através de uma perspectiva exageradamente relista, ocupando-se mais da doença, do feio, da morte, da destruição, da podridão da sociedade.
“Mas o certo é que as obras se fizeram, e a célebre casa de pensão de Mme. Brizard, outrora tão animada e concorrida, transformou-se num desses melancólicos sobradões de alugar quartos, que se observam a cada canto do Rio de Janeiro e onde, promiscuamente, se aninha toda a sorte de indivíduo, mas de indivíduos que já foram alguma coisa ou de indivíduos que ainda são nada.
Aí, as mais belas e atrevidas ilusões vivem paredes-meias com o mais denso e absoluto ceticismo. Velhos boêmios, curtidos no veneno de todos os vícios e no segredo de todas as misérias, encontram-se diariamente, ombro a ombro, com os visionários estudantes de preparatórios.
É nessas praias desamparadas à ventania da sorte que a sociedade costuma arrevessar o destroço dos que naufragam nas suas águas, mas é daí também que ela pesca às vezes novas pérolas para o seu diadema. Há de tudo — homens de todas as nacionalidades, sujeitos de vida misteriosa, solteiros libertinos e neutralizados pelo venéreo, artistas completamente desconhecidos que se imaginam vítimas do meio, e supostos talentos que vivem para amaldiçoar a fortuna dos que conseguiram vencer a onda. Quase todos eles têm na sua vida um fato, uma época, uma coisa extraordinária, para contar (...)”. (Aluísio Azevedo, In: Casa de Pensão).

Percebemos a presença de palavras incomuns na Literatura dos séculos anteriores, tal o tamanho de sua crítica à realidade da época, como promiscuamente, vícios, etc. No livro “Casa de Pensão”, este ambiente se torna um microcosmo que representa o mundo a sua volta, é símbolo de diversidade: no mundo há pessoas de diferentes estilos, com diferentes modos de vida, diferentes personalidades. “Há de tudo”, sendo, portanto, uma crítica à sociedade do século XIX. São mostradas no estilo naturalista as mais diversas taras, doenças, fobias, loucuras. E a pensão, na obra citada, acaba por tornar-se protagonista, absorvendo as mazelas e falsidades da comunidade a qual abriga.
Outra característica bastante comum nos textos naturalistas é o Determinismo. Baseada em Hippolyte Taine, a Literatura do Naturalismo traz a ideia determinista mostrando que o homem é produto do meio, da raça e do momento. Vejam, no exemplo acima, a expressão “vítimas do meio”. Termos como esse retratam que os personagens são influenciados pelo local onde vivem. E como há promiscuidade em todo lugar, é nisso que a sociedade se transforma.
Até a próxima, pessoal!!!

JULIANA BARRETO – Profª de Língua Portuguesa
 


*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil

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