PLANTÃO
DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
ESTUDANDO
PARA O ENEM: ANÁLISE DE TEXTOS - VI
Olá,
pessoal! Na semana anterior, vimos um trecho Realista. Agora, trago para vocês
um trecho de texto do próximo estilo de época brasileiro: o Naturalismo.
Observem como aborda temas da realidade do século XIX, tal como o Realismo fez.
Entretanto, o Naturalismo o reelaborou através de uma perspectiva
exageradamente relista, ocupando-se mais da doença, do feio, da morte, da
destruição, da podridão da sociedade.
“Mas o certo é que as obras se
fizeram, e a célebre casa de pensão de Mme. Brizard, outrora tão animada e
concorrida, transformou-se num desses melancólicos sobradões de alugar quartos,
que se observam a cada canto do Rio de Janeiro e onde, promiscuamente, se
aninha toda a sorte de indivíduo, mas de indivíduos que já foram alguma coisa
ou de indivíduos que ainda são nada.
Aí, as mais belas e atrevidas
ilusões vivem paredes-meias com o mais denso e absoluto ceticismo. Velhos
boêmios, curtidos no veneno de todos os vícios e no segredo de todas as
misérias, encontram-se diariamente, ombro a ombro, com os visionários
estudantes de preparatórios.
É nessas praias desamparadas à
ventania da sorte que a sociedade costuma arrevessar o destroço dos que
naufragam nas suas águas, mas é daí também que ela pesca às vezes novas pérolas
para o seu diadema. Há de tudo — homens de todas as nacionalidades, sujeitos de
vida misteriosa, solteiros libertinos e neutralizados pelo venéreo, artistas
completamente desconhecidos que se imaginam vítimas do meio, e supostos
talentos que vivem para amaldiçoar a fortuna dos que conseguiram vencer a onda.
Quase todos eles têm na sua vida um fato, uma época, uma coisa extraordinária,
para contar (...)”. (Aluísio Azevedo, In: Casa de
Pensão).
Percebemos
a presença de palavras incomuns na Literatura dos séculos anteriores, tal o
tamanho de sua crítica à realidade da época, como promiscuamente, vícios, etc.
No livro “Casa de Pensão”, este ambiente se torna um microcosmo que representa
o mundo a sua volta, é símbolo de diversidade: no mundo há pessoas de
diferentes estilos, com diferentes modos de vida, diferentes personalidades.
“Há de tudo”, sendo, portanto, uma crítica à sociedade do século XIX. São
mostradas no estilo naturalista as mais diversas taras, doenças, fobias,
loucuras. E a pensão, na obra citada, acaba por tornar-se protagonista,
absorvendo as mazelas e falsidades da comunidade a qual abriga.
Outra
característica bastante comum nos textos naturalistas é o Determinismo. Baseada
em Hippolyte Taine, a Literatura do Naturalismo traz a ideia determinista
mostrando que o homem é produto do meio, da raça e do momento. Vejam, no
exemplo acima, a expressão “vítimas do meio”. Termos como esse retratam que os
personagens são influenciados pelo local onde vivem. E como há promiscuidade em
todo lugar, é nisso que a sociedade se transforma.
Até
a próxima, pessoal!!!
JULIANA BARRETO
– Profª de Língua Portuguesa
*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil
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