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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ANÁLISE DAS OBRAS LITERÁRIAS UNIMONTES 1/2013 – PARTE I



PLANTÃO DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
ANÁLISE DAS OBRAS LITERÁRIAS UNIMONTES 1/2013 – PARTE I

Olá, pessoal! Nesta e nas próximas semanas, trarei para vocês um pouco da análise de cada uma das obras que serão cobradas no processo seletivo 1/2013 da UNIMONTES. São estas:

LISPECTOR, Clarice. A Hora da Estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Claro Enigma. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
LAJOLO, Marisa (Coord.). Nós e os outros. Histórias e Diferentes Culturas. São Paulo, Ática, 2006.
RIO, João do. A Alma Encantadora das Ruas. Belo Horizonte, Crisálida, 2007.
OLIVA, Osmar Pereira. Cartas para Mariana. Montes Claros, Editora Unimontes, 2011.
           
Comecemos com “A hora da Estrela”:
Nessa obra, há a narração, em primeira pessoa, de Rodrigo: escritor que pretende contar a história de uma nordestina, a Macabéa. A composição da narrativa é feita de forma a aprofundar no psicológico dos personagens, processo que chamamos de mise-en-abyme, no qual há o abismo de si mesmo, essa angústia de adentrar em seus próprios e mais profundos sentimentos. Sendo a protagonista Macabéa um ser que “não vomitava para não desperdiçar comida”, fica clara a sua marginalidade. Ela é, portanto, representante da “massa” social brasileira, de pouco conhecimento, acrítica e que sobrevive na miséria. Aparecem, nesse momento, as características da fase regionalista modernista da qual a autora faz parte, mas também suas idiossincrasias, trazendo personagens solitárias e ensimesmadas.
Olímpico, igualmente nordestino, não aceita sua condição de marginalidade, e, nisto, diferencia-se de Macabéa. Pela própria condição do seu nome, ele procura o ápice, e se torna um paradoxo ao lado da namorada (Macabéa) no que diz respeito à linguagem: enquanto aquele é dotado de um linguajar “mais sofisticado”, esta tem vocabulário curto, pouco expressivo, quase monossilábico. Isso representa, de certa forma, o domínio masculino sobre a mulher. A protagonista também se difere de Glória: esta, cheia de sensualidade e interesse, à Machado de Assis, torna-se o oposto da nordestina, de unhas roídas e sem atrativos.
Ganha destaque a madama Carlota, cartomante. Inclusive, existe aí uma intertextualidade com o conto machadiano “A Cartomante”, uma vez que a previsão falha e culmina em algo trágico. Carlota prevê uma epifania na vida de Macabéa, mas seu momento de “Estrela” só ocorre no seu momento de morte. A parte mais lírica do texto, a morte da protagonista é o único auge que a nordestina marginalizada consegue atingir. Com ela, também “morre” o narrador. E a autora vem fazer-nos refletir a respeito de uma realidade social: a desigualdade, a difícil relação com “o outro”.
Até a próxima!!!

JULIANA BARRETO – Profª de Língua Portuguesa
 


*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil

2 comentários:

  1. quero saber como consigo os livros porque tem dois da lista que , um nao e mais publicado e o outro e regional. Eu sou de anapolis, go

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  2. O único que possui um acesso mais restrito, até mesmo por ser bastante atual é o de Osmar Oliva. Só vende na livraria da Editora da Unimontes em Montes Claros-MG. Os demais podem ser encontrados com facilidade em sebos do site Estante Virtual. Se eu não me engano, o de Clarice e o de João do Rio podem ser encontrados em versões digitalizadas na internet. Ok ? Obrigada pelo contato e boa sorte!

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Obrigada!