PLANTÃO
DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
ANÁLISE
DAS OBRAS LITERÁRIAS UNIMONTES 1/2013 – PARTE I
Olá,
pessoal! Nesta e nas próximas semanas, trarei para vocês um pouco da análise de
cada uma das obras que serão cobradas no processo seletivo 1/2013 da UNIMONTES.
São estas:
LISPECTOR,
Clarice. A Hora da Estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
ANDRADE,
Carlos Drummond de. Claro Enigma. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
LAJOLO, Marisa
(Coord.). Nós e os outros. Histórias e Diferentes Culturas. São Paulo, Ática,
2006.
RIO, João do.
A Alma Encantadora das Ruas. Belo Horizonte, Crisálida, 2007.
OLIVA, Osmar
Pereira. Cartas para Mariana. Montes Claros, Editora Unimontes, 2011.
Comecemos
com “A hora da Estrela”:
Nessa
obra, há a narração, em primeira pessoa, de Rodrigo: escritor que pretende
contar a história de uma nordestina, a Macabéa. A composição da narrativa é
feita de forma a aprofundar no psicológico dos personagens, processo que
chamamos de mise-en-abyme, no qual há
o abismo de si mesmo, essa angústia de adentrar em seus próprios e mais
profundos sentimentos. Sendo a protagonista Macabéa um ser que “não vomitava
para não desperdiçar comida”, fica clara a sua marginalidade. Ela é, portanto,
representante da “massa” social brasileira, de pouco conhecimento, acrítica e
que sobrevive na miséria. Aparecem, nesse momento, as características da fase
regionalista modernista da qual a autora faz parte, mas também suas
idiossincrasias, trazendo personagens solitárias e ensimesmadas.
Olímpico,
igualmente nordestino, não aceita sua condição de marginalidade, e, nisto,
diferencia-se de Macabéa. Pela própria condição do seu nome, ele procura o
ápice, e se torna um paradoxo ao lado da namorada (Macabéa) no que diz respeito
à linguagem: enquanto aquele é dotado de um linguajar “mais sofisticado”, esta
tem vocabulário curto, pouco expressivo, quase monossilábico. Isso representa,
de certa forma, o domínio masculino sobre a mulher. A protagonista também se
difere de Glória: esta, cheia de sensualidade e interesse, à Machado de Assis,
torna-se o oposto da nordestina, de unhas roídas e sem atrativos.
Ganha
destaque a madama Carlota, cartomante. Inclusive, existe aí uma
intertextualidade com o conto machadiano “A Cartomante”, uma vez que a previsão
falha e culmina em algo trágico. Carlota prevê uma epifania na vida de Macabéa,
mas seu momento de “Estrela” só ocorre no seu momento de morte. A parte mais
lírica do texto, a morte da protagonista é o único auge que a nordestina
marginalizada consegue atingir. Com ela, também “morre” o narrador. E a autora
vem fazer-nos refletir a respeito de uma realidade social: a desigualdade, a
difícil relação com “o outro”.
Até
a próxima!!!
JULIANA BARRETO
– Profª de Língua Portuguesa
*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil
quero saber como consigo os livros porque tem dois da lista que , um nao e mais publicado e o outro e regional. Eu sou de anapolis, go
ResponderExcluirO único que possui um acesso mais restrito, até mesmo por ser bastante atual é o de Osmar Oliva. Só vende na livraria da Editora da Unimontes em Montes Claros-MG. Os demais podem ser encontrados com facilidade em sebos do site Estante Virtual. Se eu não me engano, o de Clarice e o de João do Rio podem ser encontrados em versões digitalizadas na internet. Ok ? Obrigada pelo contato e boa sorte!
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