PLANTÃO
DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
ANÁLISE
DAS OBRAS LITERÁRIAS UNIMONTES 1/2013 – PARTE III
Olá,
pessoal! Iremos nesta semana fazer um pouco da análise de “Nós e os outros”,
uma coletânea organizada por Marisa Lajolo.
O
eixo que norteia a obra é a mesma temática ditada pelo edital da UNIMONTES: a
relação entre nós e os outros. Nós, como brasileiros. Aliás, essa temática pode
ser encontrada nas cinco obras do processo seletivo.
No
livro de Marisa Lajolo, há histórias diversas, dentre as quais, selecionei
algumas para tecer alguns comentários.
Em
“Marabá”, de Gonçalves Dias, temos uma índia marginalizada. Por ser um fruto da
mistura entre francês e indígena, a personagem, de rosto alvo, está fadada à
marginalidade e à solidão. A alvura da pele nos lembra as temáticas idealizadas
do Romantismo, em que a mulher era europeizada.
Em
“O índio”, de Edson Rodrigues dos Passos, há a irônica história de uma notícia
que se espalha dentro de um educandário e causa um tremendo tumulto: um índio
iria matricular-se. A expectativa de todos, os preconceitos, o fato de ter que
estar presente um delegado, e, inclusive, a ideia de que o índio anda nu, tudo
isso perpassa a narrativa levando o leitor, bem como os personagens do texto, a
uma surpresa: o índio chega num Fusca, com chicletes, boné, tênis... Enfim, “quebra”
não só o que se espera de um indígena, pelo estereótipo criado na sociedade,
mas também se procura “quebrar” o preconceito. Além disso, pode-se ir mais além
e fazer uma ligação com o processo de aculturação indígena sofrido desde os
tempos de Cabral.
“O
Inferno”, de Graciliano Ramos, foi retirado do seu livro “Infância”, o qual
possui resquícios de autobiografia. Temos nesse texto a contraposição do mundo
adulto e o da criança: é a curiosidade do menino (quanto ao significado da
palavra e a existência do inferno) que o leva a apanhar. Está implícita aí uma
certa crítica à religiosidade, às crenças, aos mitos, que são impostos sem que
haja exatamente explicações, uma vez que a mãe, a todo custo, evita dar as
respostas que o filho merecia. Nesse confronto familiar, a linguagem é usada
para encobrir a violência, a falta de valores, etc.
Em
“A piedosa Teresa”, Alcântara Machado reúne várias raças como numa rapsódia à
moda de Mário de Andrade: são homens, mulheres, negros, italianos, japoneses,
portugueses... é a representação do que é, de fato, o Brasil: essa miscigenação
característica do processo imigratório no nosso país, desde a sua “descoberta”.
É
exatamente isto que forma essa obra: a mistura de raças brasileiras, o difícil
ato de conviver com o outro, a necessidade de se respeitar a diferença, as
consequências do preconceito e da criação de estereótipos. Cada um dos autores
vem dar sua contribuição para que possamos refletir sobre esses assuntos. É
isso aí...
Até
a próxima!!!
JULIANA BARRETO
– Profª de Língua Portuguesa
*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil
Muito bom!parabéns...haverá também a analíse do livro Cartas para Mariana?
ResponderExcluirObrigada, beijos.
Sim, mas antes da prova (09/12), só estará disponível no Jornal "A Semana". Saiu hoje.
ResponderExcluirA partir da semana seguinte, postarei o que saiu no jornal hoje.
Indico as análises do prof. Márcio Moraes, que, em seus estudos, fez uma análise mais profunda e detalhada, coisa que, devido ao espaço no jornal, não foi possível que eu fizesse. Os estudos dele são excepcionais e algumas partes você encontra na Internet. Na íntegra, apenas comprando o caderno de análises do Colégio Sólido.
beijos e boa sorte!
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ResponderExcluirEu aprovo👍 #redação #passar #vestibular