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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ESTUDANDO PARA O ENEM: ANÁLISE DE TEXTOS - IX



PLANTÃO DO VESTIBULANDO
Uma maneira simples de aprender a como chegar lá...
ESTUDANDO PARA O ENEM: ANÁLISE DE TEXTOS - IX

Olá, pessoal! Dando sequência à nossa análise de textos, o poema escolhido para esta semana é um fragmento modernista. Leiam e vejam os comentários!
Ode Triunfal
À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.

Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas! (...) (Álvaro de Campos)

Esse fragmento de Ode Triunfal, de Álvaro de Campos, é, em minha opinião, o maior exemplo da chegada do Modernismo na Literatura. O português utilizou de apóstrofes (vocativo), objetivando evidenciar uma conversa com a máquina. Por tal efeito, perfaz-se também a figura de linguagem conhecida como prosopopeia: é feita no poema uma personificação da máquina, uma vez que esta é reproduzida através de características humanas, por sua beleza, fúria, etc. São reproduzidos os sons das engrenagens através de onomatopeias, o que nos leva a acreditar que o autor tentou mostrar ambos os lados da tecnologia do início do século XX: a beleza da modernidade, com sua rapidez e progresso e, ao mesmo tempo, as consequências socioeconômicas, pois, muitos operários foram demitidos quando a máquina tomou o lugar do seu próprio criador: o homem. Além disso, o barulho ensurdecedor das fábricas tanto indica progresso como incômodo.
Basta lembrar que o poema retrata um período que ficou conhecido como Belle Époque: a sociedade que, até então, andava a pé e sonhava em voar, passa a conhecer a tecnologia do automóvel, do avião. Cultua-se a beleza e o glamour, nas boulevards, nos cinemas, e até mesmo nos cabarés. E, em contrapartida, inúmeros problemas sociais e econômicos passam a fazer parte do cotidiano das pessoas. Enfim, o Modernismo, em sua característica de literatura engajada, procurou retratar a realidade crítica da época, mesmo que, aparentemente, a Ode (poema de exaltação) pareça mostrar apenas o que há de positivo nesse contexto.
É isso aí, pessoal. Até a próxima...

JULIANA BARRETO – Profª de Língua Portuguesa
 


*Matéria publicada no Jornal A Semana, de Pirapora-MG, por Juliana Barreto Profª de Língua Portuguesa, formada em Letras pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Contato: ahhfalaserio@hotmail.com Página no Facebook: http://www.facebook.com/nossaquefacil

Um comentário:

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